Portas diz que "trabalha com factos" não com previsões

O vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, afirmou hoje que "trabalha com factos" por serem "mais sólidos" do que as previsões orçamentais.

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Lusa
07/11/2014 13:05 ‧ 07/11/2014 por Lusa

Política

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"Governar é ser pragmático. Interessam-nos mais os factos do que as previsões. A melhor maneira de prever o futuro é fazê-lo. O investimento está a crescer e precisamos de mais, as exportações estão a crescer e precisamos de mais, o emprego está a melhorar e trabalhamos para que haja mais oportunidades", afirmou no discurso de inauguração de uma fábrica de uma multinacional norte-americana em Viana do Castelo.

Já no final da cerimónia e questionado pelos jornalistas se aquela afirmação era um recado às previsões menos favoráveis de organizações internacionais ou às declarações da presidente do Conselho de Finanças Públicas (CFP), Teodora Cardoso - que, na quarta-feira, alertou para "riscos na previsão de receita dos impostos diretos", como o IRS e o IRC, e para a existência de um "risco de execução orçamental não negligenciável" do lado dos impostos indiretos no Orçamento do Estado para 2015 - Portas respondeu: "Eu trabalho com factos. As previsões são úteis, mas os factos são mais sólidos".

Para sustentar a afirmação apontou como exemplo a nova fábrica da Borgwarner em Viana do Castelo, um investimento de 24 milhões de euros que permitirá "quase duplicar o volume de negócios e criar 90 a 120 postos de trabalho".

"São investimentos como estes, com profundidade e qualidade que nos interessam como país. O caminho faz-se andando", sublinhou.

Para Paulo Portas são investimentos como estes que Portugal "mais precisa" neste momento "para sustentar o crescimento nesta fase de transição para uma economia melhor".

A "vocação" exportadora da multinacional norte-americana foi outros dos aspetos realçados pelo governante.

Segundo dados de 2013, avançados por Paulo Portas, a empresa faturou "85 milhões de euros, quase 100% para exportação", sendo que para o mercado interno "fica menos de 1%", um contributo, sustentou, "muito importante" para a modernização da economia nacional.

"Com este investimento, a Borgwarner pode e deve crescer entre 140 e 170 milhões de euros nos próximos anos. Não é coisa pouco. Trata-se de um enorme impulso ao volume de negócios gerado por esta unidade".

Portas sublinhou que há poucos anos "Portugal tinha cerca de 28% do seu produto em exportações" mas atualmente "tem mais de 40% do seu produto em exportações".

"O nosso objetivo é por volta de 2020 superar os 50% de exportações. Isso fará da nossa economia uma economia muito mais preparada para competir na globalização", disse.

Referindo à "celeridade" imprimida à viabilização deste investimento o governante elogiou o "profissionalismo" da equipa da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) e sublinhou a posição "cooperativa e amiga das autoridades municipais".

"No final de 2013 este investimento foi-nos apresentado enquanto projeto. Em março de 2014 estava a ser assinado o contrato. É um tempo rápido de decisão para um país que precisa ser rápido a recuperar o crescimento, o investimento e os postos de trabalho", frisou, adiantando que é um "bom exemplo que quer ver disseminado pelo país".

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