"Má escolha" Juncker "tem de sair" da Comissão

A Bloomberg, que descreve Juncker no seu editorial como “uma má escolha” desde o início, assume que o antigo governante luxemburguês (país que liderou durante 19 anos) não terá feito nada de ilegal. “Ainda assim, a União Europeia estaria melhor servida se ele demitisse”, pode ler-se num editorial da agência financeira.

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Pedro Filipe Pina
12/11/2014 ‧ 12/11/2014 por Pedro Filipe Pina

Política

Bloomberg

“Jean-Claude Juncker tem de sair”. É desta forma dura que a agência Bloomberg titula o seu editorial, publicado na segunda-feira. Em causa está o ‘LuxLeaks’, um escândalo que envolve o atual presidente da Comissão Europeia. Na altura em que era líder do governo do Luxemburgo, o executivo de Juncker terá assinado acordos secretos com multinacionais que queriam pagar menos impostos.

Durante a liderança de Juncker, esta minúscula nação europeia tornou-se uma das mais prósperas do mundo e centro importante da finança mundial. O escândalo que tem vindo a ser revelado por um consórcio de jornalismo investigativo refere que cerca de 340 multinacionais terão mudado para lá a sua sede, evitando pagar impostos nos respetivos países.

Ou seja, em acordo com o governo luxemburguês, estas empresas usufruíam de benefícios fiscais excecionais, fazendo que não pagassem um cêntimo de imposto no seu país de origem, enquanto no Luxemburgo tinham impostos invulgares pela frente – nalguns casos poderá ter chegado aos 0,25% de imposto, recorda a agência financeira.

Para a Bloomberg, é até possível que a situação agora revelada no Luxemburgo não dê em nada. Mas para Juncker, que viu este caso ‘rebentar’ poucos dias depois de ter assumido o seu cargo na Comissão Europeia, tal não será suficiente para salvaguardar a “confiança” dos cidadãos europeus no seu novo comissário. “A União Europeia estaria melhor servida se ele demitisse”, remata a agência no seu editorial.

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