“Jean-Claude Juncker tem de sair”. É desta forma dura que a agência Bloomberg titula o seu editorial, publicado na segunda-feira. Em causa está o ‘LuxLeaks’, um escândalo que envolve o atual presidente da Comissão Europeia. Na altura em que era líder do governo do Luxemburgo, o executivo de Juncker terá assinado acordos secretos com multinacionais que queriam pagar menos impostos.
Durante a liderança de Juncker, esta minúscula nação europeia tornou-se uma das mais prósperas do mundo e centro importante da finança mundial. O escândalo que tem vindo a ser revelado por um consórcio de jornalismo investigativo refere que cerca de 340 multinacionais terão mudado para lá a sua sede, evitando pagar impostos nos respetivos países.
Ou seja, em acordo com o governo luxemburguês, estas empresas usufruíam de benefícios fiscais excecionais, fazendo que não pagassem um cêntimo de imposto no seu país de origem, enquanto no Luxemburgo tinham impostos invulgares pela frente – nalguns casos poderá ter chegado aos 0,25% de imposto, recorda a agência financeira.
Para a Bloomberg, é até possível que a situação agora revelada no Luxemburgo não dê em nada. Mas para Juncker, que viu este caso ‘rebentar’ poucos dias depois de ter assumido o seu cargo na Comissão Europeia, tal não será suficiente para salvaguardar a “confiança” dos cidadãos europeus no seu novo comissário. “A União Europeia estaria melhor servida se ele demitisse”, remata a agência no seu editorial.