António Costa reagia ao desafio lançado por Passos Coelho para definir a estratégia orçamental antes das próximas eleições legislativas.
"Não tenho visto o Governo a fazer mais nada. O governo não consegue uma abertura normal do ano letivo, não consegue travar o caos na justiça, o Governo não consegue encontrar novas soluções orçamentais, o Governo não consegue relançar a economia e está esgotado. A única coisa que os membros do Governo aparecem a fazer é criticar e fazer oposição ao PS. Não creio que seja essa a missão do Governo, que é governar e não fazer oposição à oposição", comentou o candidato único à liderança dos socialistas.
Alegando que "os portugueses também estão cansados" do Governo PSD/CDS-PP, o líder socialista sublinhou que, "quando Passos Coelho quiser ser oposição, vá para oposição e deixe os portugueses escolherem o novo governo".
António Costa falava aos jornalistas à entrada para a apresentação aos militantes da distrital do PS/Oeste da moção que vai levar ao congresso do partido.
Na terça-feira, o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, desafiou o PS a esclarecer se quer contas certas ou se continua à procura de desculpas para manter défices e dívida, pedindo aos socialistas para definirem a estratégia orçamental antes das próximas eleições.
"Sobretudo aqueles que com verosimilhança podem dizer-se e apresentar-se como tendo a ambição de poder vir a governar no futuro, têm de nos dizer se estão de acordo com isto, com contas certas, ou se continuam sempre à procura de desculpas para manter défices e dívida. E se querem contas certas, como é que vão fazer", perguntou, num claro desafio ao PS.
Pedro Passos Coelho, que disse esperar "ter com o PS um bom debate no Parlamento acerca da reforma do IRS e da reforma da fiscalidade verde", desafiou os socialistas a revelarem a sua "estratégia orçamental para os próximos quatro anos", desejando que essa resposta surja antes das eleições.
"Seria possível termos um entendimento com o principal partido da oposição nesta matéria? Desejável é, mesmo que depois a política orçamental de cada um possa não ser igual. Mas é preciso saber se estes objetivos se vão manter ou não", enfatizou.