Durante esta quinta-feira já foram detidas 11 pessoas na sequência de uma megaoperação da unidade nacional de combate à corrupção da Polícia Judiciária no âmbito de um inquérito dirigido pelo Ministério Público e, mais concretamente, pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal.
Em causa estão crimes de corrupção, branqueamento de capitais, tráfico de influência e peculato, todos relacionados com a atribuição de vistos gold.
O primeiro partido a reagir foi o Partido Comunista Português que revelou que vai exigir a presença de Paulo Portas na Assembleia para prestar esclarecimentos sobre este caso.
“O grupo parlamentar do PCP vai requerer a presença urgente na comissão de economia do vice-primeiro-ministro para discutir esta figura dos vistos e as consequências dos mesmos”, disse António Filipe.
O deputado comunista justificou ainda esta decisão com o facto de Paulo Portas ter feito “um grande alarido mediático com os vistos”.
António Filipe garantiu ainda haver uma “enorme preocupação” no seio do partido por “verificar que entre os visados e, particularmente entre os detidos, figuram titulares de altos quadros públicos”.
Recorde-se que foram detidos o diretor do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, Manuel Palos, a secretária-geral da Justiça, Maria Antónia Anes e a secretária-geral do Ministério do Ambiente, Albertina Gonçalves, que é sócia de Miguel Macedo num escritório de advogados.
De acordo com o Diário de Notícias também o ministro Miguel Macedo terá sido alvo de buscas, nomeadamente ao seu gabinete, mas também o gabinete de um secretário de Estado terá sido investigado.
Nas palavras de António Filipe, a atribuição de vistos gold “não se trata de fomentar investimentos produtivos úteis ao país, mas sim de criar um mecanismo que, como se está agora a demonstrar, está a funcionar para promover atos de corrupção e branqueamento de capitais”.
“Queremos que o vice-primeiro-ministro responda perante a Assembleia sobre esta questão”, concluiu o deputado comunista.