"É também a política portuguesa que fica mais pobre. Perde temporariamente um dos melhores políticos da atualidade. Perde temporariamente um político que, vivendo o PSD como poucos, sempre soube criar pontes com o CDS. Eu tive e tenho orgulho de ter feito parte desta equipa do Miguel Macedo. Isso para mim é muito claro", escreveu Lobo D'Ávila na rede social ´facebook'.
O líder parlamentar centrista, Nuno Magalhães, já tinha assinalado no domingo, após a demissão de Macedo, que o ministro "assumiu sempre o espirito da coligação no seu setor".
O porta-voz do CDS afirma também não querer "comentar o processo judicial em curso", mas manifestou-se "verdadeiramente em choque" com as notícias sobre os vistos ´gold'.
"Com franqueza, gostava de acreditar e quero acreditar que não correspondem à realidade dos factos", afirmou.
Sobre Miguel Macedo, que anunciou no domingo a sua demissão do Governo, recordou ter trabalhado com ele durante dois anos e meio, tendo tido "o gosto e o privilégio de o fazer de forma próxima, em tempos de exceção e de enorme exigência, criando uma relação de amizade" que diz fazer questão de preservar.
"Para mim, o resultado disto tudo é claro. O Governo perde um dos melhores ministros da Administração Interna dos últimos 40 anos. O ministro que conseguiu baixar os índices da criminalidade geral e violenta para níveis históricos, que conseguiu repor a normalidade nas Forças de Segurança, nomeadamente resolvendo a trapalhada socialista das tabelas remuneratórias (e que muitas pessoas porventura já se terão esquecido) e que conseguiu extinguir a empresa pública, criada por António Costa em 2007, chamada Empresa de Meios Aéreos", afirmou.
Numa declaração lida no Ministério da Administração Interna, Miguel Macedo considerou que a sua autoridade, enquanto governante, ficou diminuída com o envolvimento de pessoas que lhe são próximas nas investigações da Operação Labirinto, que visam alegados casos de corrupção na atribuição de vistos 'gold'.