Francisco Assis não quer a esquerda, nem o centro. À direita é o caminho. Em entrevista ao Observador, o eurodeputado socialista deixa os seus prognósticos sobre como será um governo socialista caso António Costa vença as eleições legislativas do próximo ano.
A dez dias da convenção do Partido Socialista – de onde o autarca de Lisboa sairá líder ‘rosa’ –, Assis levanta o véu daquilo que irá dizer no seu discurso e mais assertivo não poderia ser. Sobre a eventualidade de uma vitória socialista, nas legislativas, sem maioria absoluta e na “necessidade de um governo de coligação (…) terá de ser à direita”.
E quanto a isso não tem dúvidas. “O Partido Social-Democrata” é o parceiro ideal para uma coligação e “para garantir a devida estabilidade política”. Quanto ao CDS, para Assis “é inquestionável que há uma maior proximidade ideológica entre o PS e o PSD, do que há com o CDS-PP”.
E para os que questionem que PSD é este, Assim tem já a resposta: “À direita dir-me-ão alguns: com quem e em que termos? Se o PS ganhar as eleições, à direita vai haver mudanças e essas mudanças facilitarão entendimentos”, disse, dando a entender estar a referir-se a uma possível saída de Pedro Passos Coelho e entrada de Rui Rio, apontado como principal ‘rival’ de António Costa na corrida a São Bento.
Cartas fora do baralho desta (utópica) coligação estão os partidos mais à esquerda, não só pelas “posições assumidas” pelo Bloco de Esquerda e pelo PCP, mas também pela divergência quanto a questões europeias e de política internacional, lê-se no Observador. “Francamente [não vejo] como é que se possa fazer uma coligação à esquerda”, disse.
Porém, do leque de excluídos não consta o “Partido Livre ou com qualquer outra formação” que, entretanto, nasça e se enquadre nas “linhas matriciais do PS”.