“Se alguém pensa que Portugal vai bem no filme, desenganem-se”. A frase pertence ao presidente da Câmara Municipal de Matosinhos, Guilherme Pinto, e é aplicada ao caso Sócrates, que é descrito pelo autarca num artigo de opinião no jornal Púbico como um “circo”.
No artigo em causa, Guilherme Pinto, que se confessa amigo do ex-primeiro-ministro e assume esperar que os indícios apontados a José Sócrates não se confirmem, diz ainda que “o novo pelourinho é a comunicação social”. Para o autarca, se for condenado, Sócrates “deve ser objeto de especial censura”, mas antes não deve ser ignorado o princípio de inocência.
“O homem levou milénios até conseguir separar a Justiça da barbárie”, escreve Guilherme Pinto, logo na entrada do seu texto, no Público. “Nesse processo”, defende, foi fundamental entender que se devia “subtrair as pessoas” à “humilhação pública”.
“Se Sócrates for ilibado quem responderá por tudo o que de desnecessário e humilhante e circense aconteceu”, questiona ainda o autarca de Matosinhos.