Carlos César pede maioria absoluta
O presidente do PS sublinhou hoje a necessidade de maioria absoluta nas eleições legislativas devido à fragilidade dos entendimentos com outros partidos, designadamente PCP, BE, PSD e CDS-PP, depois de suceder no cargo a Maria de Belém.
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Política Congresso
"Pedimos a maioria absoluta dos votos nas próximas eleições porque o estabelecimento de compromissos interpartidários para a governabilidade tem grandes fragilidades no nosso país. No PCP e no BE, temos a esquerda que só tem sido útil à direita e, no Governo PP-PSD, temos partidos a mais e democracia cristã e social-democracia a menos", criticou Carlos César, no XX Congresso Nacional socialista.
Num dos pavilhões da Feira Internacional de Lisboa, o futuro porta-voz "rosa" frisou que "a alternativa só pode ficar consolidada se conseguirmos, como pensamos necessária, uma grande vitória do PS nas próximas eleições legislativas".
"É certo que a governação socialista, em momentos como os da seleção de investimentos e de gestão da dívida, não foi isenta de riscos e de erros, mas dela indiscutivelmente resultaram relevantes benefícios económicos e sociais para a generalidade da população e das regiões", admitiu.
O antigo presidente do Governo Regional dos Açores defendeu que "a situação de crise que atingiu o país, agravada pela desgovernação dos últimos três anos, teve origens predominantemente externas", lamentando ainda "a indecisão e a demora de reação do governo europeu".
"Sabemos, pela experiência portuguesa, do Governo PP-PSD, que a solução não está na atitude apologética da desregulação e da pulsão contra a função do Estado", afirmou, acrescentando que "a austeridade não se pode transformar, como fez o atual Governo, numa restrição desinteligente e transversal, num empobrecimento compulsivo, mas, pelo contrário, deve ser entendida como uma medida de boa gestão, entre a poupança, a reforma e a eficiência".
Antes, a antecessora de César no cargo tinha-se despedido das funções também condenou a "austeridade expansionista" e os seus resultados, enumerando variadíssimos indicadores de mal-estar económico e social, como os 2,87 milhões de pessoas em risco de pobreza ou exclusão, destacando cerca de 600 mil crianças ou 1,15 milhões de portugueses em privação material severa.
"Será então a altura de propor um novo tratado que, a exemplo do de Maastricht para as questões orçamentais, imponha aos países da União Europeia indicadores sociais, cujo não cumprimento também acarrete sanções. A UE não é apenas um mercado único, mas um espaço de valores que é indispensável salvaguardar e nos quais a solidariedade tem um lugar maior", declarou Maria de Belém.
A presidente cessante do PS louvou ainda o recente processo de eleições primárias, na tradição de "arrojo e vanguardismo", assegurando que o partido "saiu mais unido" e o atual secretário-geral, António Costa, "reforçado".
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