"Se o PS [na República] e o Governo [PSD] daqui [Madeira] fez o que fez, é tempo de virar a página e dar oportunidade a quem teve razão", afirmou o também vice-primeiro-ministro na sessão de abertura do 14.º congresso regional do CDS-PP/Madeira, que decorre este fim de semana no Funchal, subordinado ao tema "Compromisso pela Madeira".
Paulo Portas salientou que o "CDS avisou para a ruína que se estava a construir", uma situação económica e financeira que levou a uma política de austeridade e a um programa de assistência financeira para fazer face à divida regional, mas as pessoas "não ligaram muito" e acabaram apenas por "dar força" a este partido "quando o precipício estava à vista para liderar a oposição".
"Não vejo como o futuro se pode construir sobre a responsabilidade daqueles que trouxeram a ruína financeira e não sobre os que avisaram a tempo para as suas consequências", argumentou.
Portas aconselhou os militantes do CDS-PP/Madeira, na campanha eleitoral, a "que gastem muito tempo com argumentos e não percam muito tempo a responder a ofensas" e saudou o modelo que está a ser preconizado na região, de "alargar o partido a quadros de qualidade" e independentes.
O responsável nacional do CDS-PP deixou vários conselhos aos dirigentes regionais para conquistarem o eleitorado, entre as quais o desenvolvimento uma política de "proximidade sem demagogia, autoridade sem autoritarismo".
O líder centrista sustentou que esta postura contribuirá para "virar a página, para que a região não seja governada por uma metade contra outra metade, mas procure o bem comum para todos e sem distinções".
O político considerou que o líder madeirense do partido, José Manuel Rodrigues, é "o mais sério candidato a presidente do Governo Regional da Madeira".
Portas reafirmou também que hoje foi "um dia especial para aqueles que sempre defenderam que a família devia estar no centro da política fiscal".
O governante referia-se à aprovação na Assembleia da República da reforma que substitui o quociente conjugal por um quociente familiar que atribuirá a partir de 2015 uma ponderação de 0,3 pontos por cada dependente (filho) e ascendente (pai) do agregado familiar no cálculo do rendimento coletável no caso da tributação conjunta.
Paulo Portas realçou ainda que foi também aprovado o primeiro reembolso do IVA para os agricultores portugueses e destacou algumas das medidas positivas perspetivadas para 2015, sublinhando que "não é possível que, passado o período de emergência, não hajam evoluções ou mudanças com conta, peso e medida".
No seu entender, é preciso "fazer o caminho andando, recuperar rendimento, dar esperança, evoluir moderadamente, não arriscar voltar atrás, nem ao buraco".