PEV pede a Passos para não "dar tiros nos pés" na privatização da TAP

O partido "Os Verdes" pediu hoje ao primeiro-ministro para que "não dê tiros nos pés" na questão da privatização da TAP, sublinhando que existem "outras soluções à vista".

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Lusa
12/12/2014 12:10 ‧ 12/12/2014 por Lusa

Política

Apelo

"Senhor primeiro-ministro, não quer parar para pensar, estamos a falar de uma empresa estratégica, estamos a falar de uma empresa extraordinariamente relevante para o país e quer desfazer-se desta componente estratégica do país", questionou a deputada do partido ecologista Os Verdes Heloísa Apolónia, numa intervenção do debate quinzenal na Assembleia da República.

Introduzindo o tema da privatização da TAP quando o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, já não tinha tempo disponível para lhe responder, Heloísa Apolónia lembrou outras "experiências absolutamente desastrosas" em termos de privatizações - embora sem nomear algum caso concreto - pedido ao chefe do executivo de maioria PSD/CDS-PP para não cometer esse "erro".

"Senhor primeiro-ministro não dê tiros nos pés, porque não é nos seus é no dos portugueses e nós estamos fartos, fartos, destas cenas", sublinhou.

Antes, Heloísa Apolónia tinha retomado o tema das desigualdades sociais, rejeitando a ideia de que não existiu um agravamento do fosso entre ricos e pobres.

"Todos os dias, percebemos que os ricos em Portugal conseguiram ficar mais ricos. a bolsa de pobreza alargou. Trinta por cento das crianças vivem na pobreza", frisou.

Na resposta, o primeiro-ministro assegurou que "não é retórica que as desigualdades não se agravaram", embora fosse "normal e expectável" que tal acontecesse com a crise, o aumento do desemprego e a falência de empresas verificada nos últimos anos.

"Felizmente não se agravaram. Mas, há uma razão para isso, não foi por acaso, isso aconteceu porque ao contrário de outras políticas prosseguidas noutros países (...), em Portugal as políticas incidiram muito numa distribuição de sacrifícios que foi muito progressiva com o rendimento", argumentou o primeiro-ministro, sublinhando que os cortes aumentaram em função do rendimento, fazendo que quanto maior fosse o salário ou a pensão, maior era o corte.

"Essa é a razão porque as desigualdades não se agravaram", insistiu Passos Coelho, lembrando que há mais de 30 anos que Portugal é dos países mais desiguais da Europa e que o problema não surgiu agora.

 

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