Ricardo Salgado "foi para o Parlamento com uma estratégia"

Luís Marques Mendes comentou, este sábado, a audição de Ricardo Salgado na comissão de inquérito parlamentar e concluiu que o líder histórico do Banco Espírito Santo (BES) tem uma estratégia ao dizer que não sabia das irregularidades na instituição que dirigia. O comentador sublinhou que “má gestão e incompetência não dão problemas com a justiça”.

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Anabela de Sousa Dantas
13/12/2014 21:50 ‧ 13/12/2014 por Anabela de Sousa Dantas

Política

Marques Mendes

Ricardo Salgado “foi claramente para o Parlamento com uma estratégia e bem definida. Eu estava a ouvi-lo e a primeira imagem que me ocorreu foi esta: é parecida com a narrativa de José Sócrates quando explicava a entrada da troika. ‘Eu não tenho culpa de nada, a culpa é do Governo, do Banco de Portugal, do contabilista, etc’”, afirmou Luís Marques Mendes, no seu espaço de comentário, este sábado, na SIC.

O ex-presidente do PSD comentava as 10 horas de audição de Ricardo Salgado na comissão parlamentar de inquérito e a insistência do antigo líder do Banco Espírito Santo (BES) em dizer que não estava a par das irregularidades na instituição que dirigia.

“Ou seja, aquilo que era grave e que era importante a pessoa que era ‘dona daquilo tudo’ não sabia. Como disse Bagão Félix, ele passou de ‘dono disto tudo’ a ‘distraído disto tudo’”, sublinhou o social-democrata.

Marques Mendes apontou que Salgado “teve meses para ser preparar” e que tem “advogados e agências de comunicação a trabalhar com ele, portanto pensaram bem numa estratégia. Em bom rigor esta estratégia é capaz de ser mais pensada pelo advogado do que por ele”.

Para o comentador, só existe um senão: “O problema é que não bate certo com a realidade. Qualquer narrativa, comentário, discurso tem que ser credível, tem que ter adesão à realidade, se não tem não é credível e ninguém leva a sério”.

O antigo líder do BES alegou que uma das razões pelo colapso da instituição que geria foi a crise internacional mas, destaca Marques Mendes, a crise internacional atingiu todos os bancos. Outra contradição apresentada por Salgado, de acordo com o comentador, foi dizer que o Governo não apoiou.

“O Governo emprestava dinheiro da troika ao BES e ele não quis. Sabe porquê? Porque se o Governo metesse dinheiro da troika no banco, tinha que lá meter um administrador e não ia demorar muito para que alguém descobrisse”, rematou.

O social-democrata concluiu ainda que esta estratégia adotada por Salgado, de que não sabia de nada, serve um propósito: “Má gestão e incompetência não dão problemas com a justiça”. Recorde-se que Ricardo Salgado é apenas arguido no processo Monte Branco.

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