O centrista Nuno Melo não se poupa a críticas a António Costa e a Ferro Rodrigues. No seu espaço de opinião no Diário Económico, o eurodeputado lembra que a ideia da privatização da TAP surgiu em 2000 quando era o PS de António Guterres que liderava o país.
Fazendo uma espécie de cronologia, Nuno Melo lembra que naquele ano o PS “negociou com a Swissair a venda parcial da TAP”, um negócio que ficou pelo caminho no ano seguinte, mas cuja ideia fundamental continuou a ser defendida.
“Em março de 2001, Ferro Rodrigues substituiu Jorge Coelho na função [de ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações] e anunciou o novo plano [de privatização]”, escreve.
Mas a cronologia não se fica por aqui. Chega a 2002, ano em que, relembra, o Orçamento do Estado esclarecia que estavam previstas “para o ano de 2002 as operações de reprivatização da TAP”.
Com a chegada de Sócrates ao poder, a intenção de vender a TAP mantém-se, relembra, escrevendo o que se podia ler no PEC de março de 2010: “o programa de privatizações diminui a dívida pública e, por conseguinte, os encargos a ela associados, o que se repercute positivamente no esforço de consolidação orçamental”.
Nuno Melo lembra ainda que o memorando da troika, “que o PS negociou em 2011”, determinava que houvesse uma “aceleração do programa de privatizações”.
Posto isto, o eurodeputado escreve que “na política não vale tudo” e justifica a cronologia apresentada com a necessidade de “revelar o significado da cambalhota interesseira de António Costa e Ferro Rodrigues”.
“Gritam agora com fervor público contra a privatização da empresa, que no que de ambos dependesse, já estaria na mão de privados há muito”, acrescenta.
Em jeito de conclusão do seu texto, Nuno Melo sublinha que Costa e Ferro Rodrigues “não merecem ser levados a sério”.
“E seguramente que em 2015 não será prudente confiar em gente assim”, remata.