Mário Soares, no seu habitual artigo de opinião no Diário de Notícias, escreve esta semana sobre o ano que finda. No seu texto, o histórico socialista destaca duas figuras que considera terem tido um papel importante no plano internacional. Barack Obama, pelas medidas que tomou enquanto presidente dos Estados Unidos, e o Papa Francisco, pela mensagem que deixa ao Mundo.
No entanto, virando-se numa segunda parte do seu artigo para a atualidade interna, o ‘pai da Democracia portuguesa’, destaca a dissonância existem nas mensagens de Natal de Cavaco Silva e de Pedro Passos Coelho. Para o socialista, Passos pode pedir votos com o seu discurso, “mas não os terá”.
“O Presidente da República, sempre tão calado, invocando o Natal, limitou-se a dizer, com apreensão, que o novo ano vai ser bastante difícil. É evidente que vai, dada a pobreza das pessoas e a carência de dinheiro que o Estado parece ter mantido, bem como a austeridade, que ‘mata’”, destaca num primeiro ponto Soares.
Porém, em sentido inverso, como que em termo comparativo, o antigo Presidente e primeiro-ministro diz que mensagem de Passos Coelho transmitiu a ideia de um país “de vento em popa”.
“O primeiro-ministro fez um discurso completamente diferente: tudo vai de vento em poupa, cada vez melhor, segundo Sua Excelência. Esqueceu-se da pobreza da maior parte dos portugueses”, atira Soares.
Por fim, dando a ideia que falta ainda pagar o grosso do resgate de Portugal, Soares diz-se esperançado que o país reconheça a necessidade de mudança política no país, afirmando que “bem pode Passos Coelho fazer esforços para ganhar votos. Não os terá”.