O que aproxima e separa a esquerda grega da esquerda portuguesa?

A esquerda radical convenceu o eleitorado grego e, no domingo, venceu as eleições legislativas colocando Alexis Tsipras no comando do Executivo helénico. Mas o que o aproxima e separa dos partidos da esquerda portuguesa? O jornal i explica.

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Notícias Ao Minuto
28/01/2015 10:40 ‧ 28/01/2015 por Notícias Ao Minuto

Política

Partidos

Alexis Tsipras é o novo primeiro-ministro da Grécia e líder do Syriza, a Coligação da Esquerda Radical.

Três dias após a vitória estrondosa nas urnas, o jornal i apresenta um conjunto de diferenças e semelhanças entre o Syriza e a esquerda portuguesa (PS, Bloco de Esquerda e PCP).

Comecemos então por aquilo que mais aproxima os gregos e os portugueses: o emprego.

Alexis Tsipras quer criar um Plano Nacional para o Emprego na ordem dos 3 mil milhões de euros que inclua, entre outros aspetos, a proteção ao emprego, a restituição da negociação coletiva e o fim da lei que facilita despedimentos sem justificação, bem como a reposição do Salário Mínimo Nacional (751 euros).

Por cá, a contratação coletiva e o aumento do salário mínimo são a bandeira do Bloco de Esquerda e do PS. Os socialistas defendem também incentivos às empresas para criação de emprego e uma maior aposta nas áreas da tecnologia e da investigação, tal como Alexis Tsipras. Por seu lado, o PCP defende o fim de medidas impostas pela troika, defendendo, entre outras coisas, a reposição do horário das 35 horas semanais.

O investimento público é também uma bandeira apregoada pela esquerda grega e portuguesa. Syriza, PS, BE e PCP defendem este investimento como veículo para relançar a economia e o emprego.

Por outro lado, a questão da dívida pública afasta o PS do Syriza, mas aproxima o BE e o PCP dos gregos.

Segundo o jornal i, Tsipras quer um perdão parcial da dívida, tal como o Bloco de Esquerda que até defende, além da renegociação dos prazos, a renegociação do montante a pagar. Os comunistas, como é sabido, já tentaram por mais que uma vez fazer passar no crivo do Parlamento projetos de reestruturação da dívida, contudo, sem sucesso.

Já o PS tem, neste aspeto, uma posição mais afastada dos gregos com o líder socialista a não usar a palavra ‘reestruturação’.

Por fim, o primeiro-ministro da Grécia quer substituir o Memorando da troika por um Plano de Reconstrução Nacional que inclui medidas como reposição de salário, pensões, revisão do aumento de impostos, um imposto sobre propriedades e casas de luxo e até eletricidade grátis para 300 mil famílias abaixo do limiar da pobreza.

Neste aspeto, PCP e BE andam de ‘mãos dadas’ com Alexis Tsypras. Já António Costa mantém um certo distanciamento, tendo, para já, assumido como compromisso a reposição de pensões. A reposição de salários será feita “tão cedo quanto possível” e relativamente a impostos, só o IVA da restauração está na ‘mira’ do líder socialista.

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