Alexis Tsipras é o novo primeiro-ministro da Grécia e líder do Syriza, a Coligação da Esquerda Radical.
Três dias após a vitória estrondosa nas urnas, o jornal i apresenta um conjunto de diferenças e semelhanças entre o Syriza e a esquerda portuguesa (PS, Bloco de Esquerda e PCP).
Comecemos então por aquilo que mais aproxima os gregos e os portugueses: o emprego.
Alexis Tsipras quer criar um Plano Nacional para o Emprego na ordem dos 3 mil milhões de euros que inclua, entre outros aspetos, a proteção ao emprego, a restituição da negociação coletiva e o fim da lei que facilita despedimentos sem justificação, bem como a reposição do Salário Mínimo Nacional (751 euros).
Por cá, a contratação coletiva e o aumento do salário mínimo são a bandeira do Bloco de Esquerda e do PS. Os socialistas defendem também incentivos às empresas para criação de emprego e uma maior aposta nas áreas da tecnologia e da investigação, tal como Alexis Tsipras. Por seu lado, o PCP defende o fim de medidas impostas pela troika, defendendo, entre outras coisas, a reposição do horário das 35 horas semanais.
O investimento público é também uma bandeira apregoada pela esquerda grega e portuguesa. Syriza, PS, BE e PCP defendem este investimento como veículo para relançar a economia e o emprego.
Por outro lado, a questão da dívida pública afasta o PS do Syriza, mas aproxima o BE e o PCP dos gregos.
Segundo o jornal i, Tsipras quer um perdão parcial da dívida, tal como o Bloco de Esquerda que até defende, além da renegociação dos prazos, a renegociação do montante a pagar. Os comunistas, como é sabido, já tentaram por mais que uma vez fazer passar no crivo do Parlamento projetos de reestruturação da dívida, contudo, sem sucesso.
Já o PS tem, neste aspeto, uma posição mais afastada dos gregos com o líder socialista a não usar a palavra ‘reestruturação’.
Por fim, o primeiro-ministro da Grécia quer substituir o Memorando da troika por um Plano de Reconstrução Nacional que inclui medidas como reposição de salário, pensões, revisão do aumento de impostos, um imposto sobre propriedades e casas de luxo e até eletricidade grátis para 300 mil famílias abaixo do limiar da pobreza.
Neste aspeto, PCP e BE andam de ‘mãos dadas’ com Alexis Tsypras. Já António Costa mantém um certo distanciamento, tendo, para já, assumido como compromisso a reposição de pensões. A reposição de salários será feita “tão cedo quanto possível” e relativamente a impostos, só o IVA da restauração está na ‘mira’ do líder socialista.