"Temos aturado tudo! Mas chegou o momento de dizer basta! Basta desta política europeia! Basta desta política portuguesa! Basta de a Madeira ser tratada desta maneira! É preciso mudar!", declara Jardim num artigo de opinião hoje publicado no Jornal da Madeira com o título "Romper".
O líder madeirense escreve que "nas circunstâncias presentes, de sistemas montados aos diversos escalões, é preciso romper!"
"O caminho é outro. É de ruptura", sustenta Jardim.
O governante regional insiste que "o caminho futuro da Madeira implica uma maior, muito maior autonomia política claramente definida em termos constitucionais, a fim de o povo madeirense ter nas mãos os meios adequados para articular com sucesso o saldar dos compromissos da Região Autónoma com um novo surto de crescimento económico".
Jardim diz que "de uma vez por todas, a República Portuguesa, em relação à Madeira, se deixe de caprichos e prepotências colonialistas e, de acordo com a democracia comum à civilização ocidental, permita ao povo madeirense autodeterminar o rumo que pretende".
Mas o governante sublinha que o cenário "forçosamente não tem a ver com independência'", argumentando que "passa por uma solução portuguesa que só não acontecerá se Lisboa não quiser e, na sua proverbial cegueira histórica e incompetência política, com injustiças empurrar os madeirenses para outros caminhos".
O presidente do executivo insular aponta ainda que "o que está a suceder na Europa é uma perfeita antítese dos objectivos que nos trouxeram à União Europeia", referindo que este é um projecto que "assenta na coesão económica, social e territorial (coisa que a República Portuguesa também não pratica, violando o nosso [da Madeira] Estatuto Político-Administrativo e até a própria Constituição, sempre que lhe interessa)".
O também líder do PSD-Madeira considera serem necessárias "políticas diferentes na União Europeia que permitam Portugal encontrar as saídas adequadas que, com certeza, não são as actuais" e critica a "resistência" do que classifica de " chusma que se opõe a qualquer mudança constitucional, na Europa ou no País"
Jardim volta a censurar a República, enunciando cinco aspectos, começando pela situação de não ter "investido um tostão" na Madeira, ter "recusado sempre a autonomia no seio da Pátria portuguesa" e ser "cúmplice" porque deixou "alimentar campanhas mentirosas contra a região (?) lançando assim, irresponsavelmente, portugueses contra portugueses".
Além disso, indica que a República "impôs garrotes financeiros, numa vergonhosa e antidemocrática instrumentalização do Estado" e "um lote de dificuldades crescentes, cada vez mais insuportáveis".