As previsões de inverno do executivo comunitário hoje apresentadas em Bruxelas são mais otimistas do que as de outono, divulgadas há três meses: para 2015, Bruxelas prevê agora que os países da União Europeia cresçam 1,7% e que os países da zona euro cresçam 1,3%, "acelerando" no próximo ano para os 2,1% e 1,9%, respetivamente.
Nas previsões económicas de inverno, Bruxelas alerta que "a incerteza em torno nas previsões de crescimento é maior do que na altura das previsões de outono", destacando como riscos negativos os desenvolvimentos financeiros e políticos.
Nos mercados financeiros, "o risco de episódios renovados de volatilidade financeira continua presente e pode pesar no crescimento da UE", escrevem os técnicos europeus, acrescentando que a "incerteza política, por exemplo, relacionada com os desenvolvimentos na Grécia" pode desencadear estes episódios.
Além disso, também o aparecimento de "dúvidas renovadas sobre a sustentabilidade da dívida pública" pode provocar uma nova onda de volatilidade nos mercados, "em particular se as taxas de crescimento nominal permanecerem baixas e as reformas abrandarem".
Entre os riscos negativos apontados pela Comissão Europeia estão também a "implementação atrasada ou apenas parcial das reformas estruturais", uma "inflação mais baixa do que o esperado" e a eventualidade de o crescimento lento na Europa "se transformar num longo período de crescimento muito baixo".
Do ponto de vista geopolítico, para a Comissão Europeia, as tensões relacionadas com o conflito entre a Rússia e a Ucrânia podem também ter impactos negativos nas projeções económicas do bloco europeu, "em particular, se as sanções permanecerem efetivas por mais tempo do que o agora assumido".
Também os conflitos no Médio Oriente e Norte de África, nomeadamente no Iraque e na Síria, podem ter "efeitos negativos mais fortes" no crescimento europeu.
No entanto, Bruxelas identifica aspetos que podem ter impactos positivos nas previsões hoje avançadas, incluindo um crescimento económico europeu e global mais forte devido à queda dos preços do petróleo.
Uma depreciação do euro mais forte, uma recuperação mais rápida do investimento, "que pode ser induzida pelo Plano Europeu de Investimento", e a implementação bem-sucedida de reformas estruturais podem também ter efeitos positivos nas estimativas avançadas hoje pela Comissão Europeia.