Em causa está a afirmação do ministro da Solidariedade e da Segurança Social, Pedro Mota Soares, feita hoje, em Seia, de que o relatório do Fundo Monetário Internacional "tem sugestões, não tem decisões" e "algumas dessas sugestões partem de pressupostos que estão errados".
Numa conferência de imprensa sobre o relatório do FMI, na residência oficial de São Bento, em Lisboa, questionado sobre esta posição de Pedro Mota Soares, Carlos Moedas começou por dizer que não teve oportunidade de falar com o ministro da Segurança Social e não sabe a que ele se estava a referir.
"O senhor ministro da Segurança Social referia-se seguramente a alguma versão preliminar ou a algum ponto que não faz parte da versão final que é agora pública", acrescentou o secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro.
De acordo com Carlos Moedas, "uma coisa é certa", é que aquilo que foi discutido hoje de manhã "não é a versão final do relatório que foi entregue" pelo FMI ao Governo.
As versões preliminares poderiam incluir pontos "que estejam quantificados de uma maneira que um ou outro ministro possam ter dúvidas", admitiu.
Segundo o secretário de Estado, o relatório do FMI envolveu "consultas presenciais com todos os membros do Governo" e foi elaborado "com a colaboração de técnicos de outras organizações, incluindo o Banco Mundial", como parte do debate promovido pelo executivo PSD/CDS-PP sobre a reforma do Estado.
"É um contributo, entre outros, que vamos solicitar à sociedade civil e mesmo a outras organizações internacionais, como a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económicos (OCDE). Este estudo não faz parte do memorando da troika nem faz parte da troika", assinalou.