O fundador do Partido Socialista Alfredo Barroso justificou esta sexta-feira, num artigo de opinião publicado no jornal i, a decisão de abandonar o partido. O ex-deputado e ex-secretário de Estado português considerou as polémicas declarações de António Costa “uma humilhação e uma vergonha para os socialistas”.
Em causa está a intervenção de António Costa na semana passada, no Casino da Póvoa do Varzim, na qual o secretário-geral disse que o apoio dos chineses foi essencial para que “Portugal pudesse estar hoje na situação em que está, bastante diferente daquela que estava há quatro anos atrás".
Para Alfredo Barroso, estas declarações, “uma desnecessária e humilhante vassalagem” à China, “põem em causa a credibilidade do PS como principal partido da oposição” e representam uma falta de “respeito pelas centenas de milhares de desempregados e cerca de dois milhões de portugueses no limiar da pobreza”.
Alfredo Barroso garante que vai pedir a desfiliação do partido que ajudou a fundar em 1973 para "acabar a vida com alguma dignidade e coerência" e que não tem intenção de se filiar num outro qualquer partido político, mas promete "apoiar e votar" no Bloco de Esquerda.