"O primeiro é um choque com a realidade, quando [Pedro Passos Coelho] demonstra não perceber as dificuldades que a sua política, as suas escolhas tiveram sobre a vida das pessoas, em matérias fundamentais como o acesso à saúde, o acesso à educação, o acesso a um emprego e a uma vida com futuro e os resultados que tiveram com desemprego, com a emigração", disse.
"Estas demonstrações de alheamento de Pedro Passos Coelho demonstram como ele está em choque com a realidade e com a sua política. E quem está em choque com a realidade, quem não percebe o mal que fez ao País, só pode tirar a conclusão de tentar disputar uma maioria absoluta. E aqui entra o choque com a política", acrescentou o dirigente do BE.
Pedro Filipe Soares reagiu desta forma à entrevista do primeiro-ministro divulgada hoje pelo Expresso, em que Pedro Passos Coelho admite que vai lutar por uma maioria absoluta nas próximas legislativas, mas não fecha portas a uma coligação com o CDS-PP, nem a um Governo de bloco central com António Costa.
Para o dirigente do Bloco de Esquerda, Pedro Passos Coelho quer apenas "baralhar o jogo para criar alguma confusão, quando tenta demonstrar uma grande abertura para coligações.
"Na prática, a conclusão que podemos retirar é que é um primeiro-ministro a tentar segurar-se ao poder. A conclusão que retiramos, também, sobre estas circunstâncias, é que quem está do lado da austeridade, de facto, não terá um voto de confiança dos portugueses nas próximas eleições", disse.
"Creio que essa é a mensagem mais forte que poderemos tirar - e que Pedro Passos Coelho já está a sentir -, na medida em que não se consegue definir quanto à forma como se apresentará a eleições", concluiu.