Está concluída a primeira fase da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) à gestão do Banco Espírito Santo, que gerou aquele que é descrito como um dos maiores “escândalos financeiros do século”.
Em entrevista ao jornal i, Mariana Mortágua aproveitou para fazer o balanço das mais de 200 horas de audições que foram realizadas e que ajudaram a perceber a “qualidade da elite económica portuguesa”, nomeadamente da família Salgado que diz ter “tanta gente inapta”.
A deputada do Bloco de Esquerda considera que o trabalho realizado pela Comissão de Inquérito foi positivo uma vez que permitiu determinar “as responsabilidades que cabem a Ricardo Salgado, aos restantes membros da família, as que cabem ao governo, ao Banco de Portugal e à forma como a regulação operou”.
Mariana Mortágua ficou surpreendida pelo “grau de complexidade das operações, da teia montada e dos negócios paralelos” realizados pelo BES, “tudo sem controlo”. “É ainda mais surpreendente quando percebemos que esta é a forma de o capitalismo e as grandes empresas mundiais funcionarem”, explicou.
O clima de cooperação entre todos os partidos que fazem parte desta Comissão Parlamentar tem sido algo muito assinalado. Para a ‘bloquista’ isto deve-se ao facto do “foco estar na forma como a família Espírito Santo atuou”, o que não deixa espaço para divergências. “O espaço de confronto político desta CPI não existe como nas outras. O que não é mau, nem é bom, é assim”, concluiu.