No seu espaço de comentário semanal na SIC, Miguel Sousa Tavares, comentou as declarações de Pedro Passos Coelho quanto à falta de pagamento das suas contribuições à Segurança Social.
"Não ponho em causa a seriedade de Pedro Passos Coelho. Não acredito que ele tenha querido deliberadamente não pagar. Mas é inexplicável que alguém que faça carreira política e passado 25 anos não saiba que um trabalhor independente tenha de pagar contribuições", atira.
Para Sousa Tavares, o primeiro-ministro só demonstrou que não sabe como funciona a Segurança Social. No entanto, o que o perturba é o facto de só lhe terem sido cobrados quatro mil euros, em cinco anos de falta de pagamento. "Acho estranho que cinco anos de contribuição só houvesse uma multa de quatro mil euros. Isso dá 30 euros por mês, acho estranho".
Em dúvida, defende, fica também o facto de ser uma dívida prescrita, que mesmo assim foi paga. "Acho estranho que se tenha deixado prescrever. Dívidas ao Estado não é um direito, é um dever. Fico espantado que ao primeiro-ministro prescrevam dívidas à Segurança Social. O desconhecimento da lei não desculpabiliza ninguém. A explicação não colhe. Ele não tem de pagar quando quer, mas quando é devido, mesmo com juros. Cada um decide conforme a sua consciência. As repercussões políticas disto vão ficar em cima dele o tempo todo", remata.