O empresário da área dos moldes, de 78 anos, dará rosto a uma candidatura independente nas próximas presidenciais. Socialista, apoiante de António José Seguro, Henrique Neto chegou a ameaçar desfiliar-se de militante, por divergências várias, mas acabou por nunca avançar.
Ex-deputado socialista - entre 1995 e 1999, na liderança de Jorge Sampaio - Henrique Neto assumiu publicamente uma posição bastante crítica em relação ao antigo secretário-geral, José Sócrates.
Em janeiro, aquando a detenção do ex-primeiro-ministro, disse que, “mais cedo ou mais tarde”, a Justiça haveria de se “interessar pelas decisões que os governos dele [José Sócrates] tomavam”, às quais, a seu ver, “faltava racionalidade”.
Durante os anos de governação de Sócrates, era uma voz incómoda para o líder do partido, a quem chegou a chamar “aldrabão, um vendedor de automóveis”.
Num dos seus livros recentes – “Uma Estratégia para Portugal” –, Henrique Neto já apontou algumas das soluções que defende para o País e que farão parte do seu programa.
No ano passado, o PSD e CDS chumbaram a audição parlamentar deste empresário na comissão de inquérito à compra de sete equipamentos militares, incluindo os submarinos.
Henrique Neto nasceu em Lisboa a 27 de abril de 1936, no seio de uma família operária da Marinha Grande, onde iniciou a sua atividade profissional na indústria de moldes para matérias plásticas, aos 14 anos.
Em 1975, cofundou a empresa Iberomoldes e em 1992, a SET SA, a primeira empresa nacional de engenharia.
Foi um político ativo na oposição ao antigo regime, sendo candidato da Oposição Democrática pelo Distrito de Leiria nas eleições de 1969. Foi também vice-presidente da Associação Industrial Portuguesa.