Para Marques Mendes, casos como as falhas da plataforma judicial CITIUS, a lista VIP, os erros na colocação de professores e as violações ao segredo de justiça têm algo em comum: todos estes casos dão “uma imagem de degradação do Estado”, defende o comentador social-democrata em artigo assinado na revista Visão.
Num texto intitulado ‘Onde para a confiança no Estado?’, Marques Mendes realça que as maiores obrigações exigidas aos contribuintes trazem consigo uma maior exigência à ‘máquina’ do Estado. Porém, essa reciprocidade nem sempre se verifica.
Nos países nórdicos, “a cargas fiscais elevadíssimas corresponde um Estado eficiente”. Mas quando tal se compara com Portugal, “o contraste só pode gerar urticária”, considera o antigo líder do PSD.
“Afinal, o brutal aumento de impostos que tivemos, apesar dos óbvios benefícios que registou no défice público, não ajudou a melhorar o Estado”, acrescenta o comentador, que considera ainda que, embora o debate sobre se o Estado “é grande de mais” seja pertinente, vai sendo cada vez mais importante discutir “se temos realmente um Estado de confiança”.