"Não se reforma um Estado a correr só para inglês ver"

O antigo Presidente da República Jorge Sampaio avisou na quarta-feira que a reforma do Estado não deve ser feita à pressa, "para inglês ver", alertando para a importância de resistir ao "frenesim de reformismo agudo".

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Lusa
17/01/2013 00:11 ‧ 17/01/2013 por Lusa

Política

Jorge Sampaio

Num debate na quarta-feira em Lisboa sobre os desafios do Serviço Nacional de Saúde (SNS), Jorge Sampaio assumiu a importância de não adiar as reformas do Estado, mas alertou que estas não devem ser feitas para contentar os credores que ajudam financeiramente o País.

"As reformas têm de ser feitas não para contentar os credores, mas por nós, porque nós portugueses queremos um Estado moderno, mais eficaz, mais igualitário", declarou.

Considerando que este debate não pode ser confundido com cortes que têm de ser feitos, o antigo chefe de Estado considerou que as reformas devem ser feitas "numa escala temporal apropriada".

"Não se reforma um Estado a correr só para salvar as aparências ou para inglês ver. Roma e Pavia não se fizeram num dia", indicou.

"É preciso também que se resistia à tentação de embarcar num frenesim de reformismo agudo, precipitado, faccioso e de vistas curtas, que, em vez de trazer soluções justas e duráveis, mais não resultará do que num retrocesso, comprometendo os investimentos feitos nas últimas décadas", preveniu.

Contudo, para Jorge Sampaio, também não é possível adiar estas reformas esperando por uma "solução miraculosa".

"O Governo e os órgãos competentes que trabalhem e produzam uma espécie de documento que enquadre os debates e apresente cenários", disse.

É neste debate sobre as funções do Estado que o antigo Presidente diz que deve ser integrada a discussão sobre a saúde pública em Portugal.

Assumindo-se "um fã do SNS", recordou que o que está em jogo é a manutenção de um serviço universal, geral e tendencialmente gratuito que passa neste momento por "tempos difíceis, complexos".

Sobre a questão entre serviço público e privado, Sampaio defendeu que os profissionais de saúde devem optar em qual querem trabalhar.

"Não é possível ser público de manhã e privado à tarde", declarou, reconhecendo contudo que os profissionais que estão no sector público teriam de ganhar mais do que actualmente.

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