"Os cofres estão cheios é de desemprego", acusa o Bloco

O líder parlamentar do BE considerou hoje que os mais recentes dados do INE sobre a evolução do emprego põem em causa a "narrativa do Governo" e mostram que "os cofres estão cheios é de desemprego".

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© Reuters

Lusa
30/03/2015 18:00 ‧ 30/03/2015 por Lusa

Política

Pedro Filipe Soares

Em declarações à agência Lusa, Pedro Filipe Soares assinalou "os 12 mil novos desempregados" contabilizados em fevereiro deste ano, face a janeiro, sustentando que isso indica que "continua a não haver oportunidades nesta economia" e que é preciso "arrepiar caminho para lá deste Governo" para "romper com a austeridade".

Quanto à evolução da taxa de desemprego em relação ao ano anterior, o líder parlamentar do BE disse que está "ligeiramente abaixo, é verdade", mas desvalorizou essa descida: "Os dados da emigração demonstram que não foi pela criação de emprego, mas sim pela saída das pessoas das estatísticas, e particularmente pela saída das pessoas do país. Por isso, não há motivos de alegria".

De acordo com dados hoje divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), a taxa de desemprego estimada para fevereiro deste ano foi de 14,1%, superior em 0,3 pontos percentuais ao valor estimado para janeiro e inferior em 0,8 pontos percentuais ao de fevereiro do ano passado. A população desempregada estimada pelo INE foi de 719,6 mil pessoas em fevereiro, mais 11,7 mil do que em janeiro.

Num comentário a estes dados, o líder parlamentar do BE começou por afirmar que põem em causa "aquela narrativa que o Governo tentou vender" segundo a qual "a economia estava a crescer", Portugal estava "no caminho certo" e "a taxa de desemprego estava finalmente a diminuir".

Segundo Pedro Filipe Soares, o executivo PSD/CDS-PP reclama "que os cofres estão cheios, e por isso a economia agora pode florescer sem o peso do Estado", mas "os cofres estão cheios é de desemprego, particularmente de desemprego jovem, que dá um salto imenso neste mês de fevereiro".

"Nós não vemos uma economia a melhorar, não vemos a capacidade de criação de oportunidades nesse nosso país, vemos é que a austeridade continua a fazer vítimas, e foram 12 mil as vítimas que a austeridade fez em fevereiro, foram 12 mil as pessoas que passaram para o desemprego", reforçou.

Pedro Filipe Soares apontou a subida do número de desempregados entre janeiro e fevereiro como "a prova de que o Governo não está a promover a criação de emprego e que a política de austeridade não tem qualquer saída para resolver os problemas das pessoas e para criar uma economia que dê oportunidades".

Segundo o dirigente nacional do BE, a taxa de desemprego estimada para fevereiro "é até minorada pela enorme emigração que existiu, e pelo desemprego que não vem nas estatísticas".

"O Governo não arrepia caminho para lá da austeridade, é por isso necessário então arrepiar caminho para lá deste Governo", concluiu.

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