"No seguimento de um processo de progressivo desmantelamento, com colocação dos jovens em outras instituições do país e sucessivos atropelamentos aos direitos dos trabalhadores, este é um desfecho tão triste como anunciado", refere o PCP, em comunicado.
Para os comunistas, a solução adotada apenas favorece os interesses dos grupos privados que operam na esfera da Ação Social, quando, segundo dados fornecidos pelos próprios trabalhadores, havia até terça-feira uma lista de espera de 126 jovens para acolhimento na instituição que hoje encerra portas.
"Esta é a pior das soluções também para utentes e trabalhadores. Do lado dos utentes, jovens no limiar da exclusão social, a sua deslocação para outras instituições compromete seriamente a sua integração social, colocando em risco tudo o que até agora foi feito, afastando-os das famílias e pondo em risco o acesso a serviços básicos de saúde, a partir de agora sujeitos a um 'teto' de 70 euros mensais", critica o PCP.
Quanto aos trabalhadores, a decisão vem confirmar que "a precariedade é antecâmara do desemprego", já que, depois de vários meses a recibos verdes e com salários atrasados, "são agora enviados para o desemprego, engrossando as enormes fileiras do lote dos desempregados no país".
O PCP recorda ainda que havia confrontado o Governo, aquando da discussão do Orçamento de Estado para 2015, na Assembleia da República, com os rumores de encerramento da Casa Alberto Souto, tendo na altura recebido "um categórico desmentido" por parte da ministra da Justiça.
"Uma vez mais, sem surpresa, a palavra deste Governo prova-se sem qualquer valor", conclui.
A Casa Alberto Souto, inserida numa área de três hectares em Aradas, Aveiro, propriedade do Ministério da Justiça, funcionava como lar para jovens delinquentes, enviados pelo Tribunal, gerido pelo Ministério da Solidariedade, Emprego e Segurança Social e acolhia 16 adolescentes, que eram acompanhados por técnicos especializados, para a sua reabilitação, que foram distribuídos por outras instituições.