"Esse anúncio confirma a existência de um Governo com dois pesos e duas medidas, muito preocupado em baixar os impostos ao grande capital, aos grandes grupos económico-financeiros, pela via do IRC, e agora visando reduzir a TSU, ou seja, os descontos da entidade patronal para a Segurança Social", disse Jerónimo de Sousa, na sede comunista, em Lisboa, após um encontro com representantes da Ordem dos Advogados.
O vice-presidente do PSD Marco António Costa tinha defendido publicamente uma baixa da TSU como forma de criar emprego e garantiu que a medida será construída em concertação social, esclarecendo tratar-se de uma proposta "muito diferente" daquela que foi tentada em 2012.
"Nunca pensa reduzir a carga brutal que hoje existe dos impostos sobre o rendimento do trabalho, nunca pensa em devolver aquilo que foi roubado nos salários, pensões e reformas. O mesmo Governo que hoje proclama a necessidade de maior sustentabilidade da Segurança Social encontra como medida baixar a TSU. Dois pesos e duas medidas. Nunca tem pressa em fazer justiça, sempre preocupado em dar benefícios e privilégios ao grande capital", criticou o líder do PCP.
Jerónimo de Sousa concluiu que, "obviamente, tocando na TSU das grandes empresas, inevitavelmente, levantam um grande problema - a tal sustentabilidade da Segurança Social".
"Aquilo que se impunha era criar condições para repor aquilo que é devido a quem trabalha ou trabalhou, o Governo faz ao contrário", defendeu.