O secretário de Estado Paulo Júlio, acusado de prevaricação pelo Ministério Público, está sob suspeita de ter favorecido um primo de segundo grau, quando era autarca de Penela, num concurso aberto em 2008 para a chefia de uma divisão daquela Câmara Municipal.
De acordo com o JN, a acusação do Departamento de Investigação e Acção Penal (DCIAP) de Coimbra responsabiliza o actual governante por ter feito um concurso à medida do primo de segundo grau, Mário Duarte, que permitiu a este seu familiar, licenciado em História de Arte, tornar-se chefe da nova Divisão de Cultura, Turismo, Desporto e Juventude da Câmara Municipal de Penela.
O DCIAP aponta ainda uma “relação profissional próxima” entre o então autarca e Mário Duarte, que já era, na altura, funcionário municipal e dirigia o sector da cultura.
O JN adianta que o concurso em questão é posto em causa por ter sido apenas aberto a licenciados em História de Arte, o que corresponde a uma forma de “excluir potenciais candidatos com formação académica diversa”, de acordo com o procurador-adjunto Filipe Marta Costa, que enumerou ao jornal várias licenciaturas nas áreas de história, arqueologia, turismo ou desporto, que seriam adequadas às “vastas” funções do cargo.
O DCIAP indica ainda que do júri do concurso não fazia parte qualquer especialista em História da Arte. Contudo, Paulo Júlio nega qualquer favorecimento ao primo.