Manuela Ferreira Leite começou por explicar, esta quinta-feira, à antena da TVI24, que o assunto da privatização da TAP não é um assunto consensual na sociedade portuguesa, há opiniões diversas, acrescentando, no entanto, que o público entra em consenso em algumas coisas.
“Foi consensual a condenação da atitude dos pilotos – ninguém discute o prejuízo que, com certeza, infligiu não só à empresa mas ao país”, indicou, sublinhando ainda a decisão condenável de se “vangloriarem pelo facto de terem conseguido provocar um prejuízo na TAP”.
Para a antiga ministra das Finanças novidade é o facto de Pedro Passos Coelho ter referido que o problema da aérea portuguesa não é de ordem financeira mas de ordem estratégica.
“O primeiro-ministro disse que o problema é um problema de estratégia e não um problema financeiro, o que para mim é uma novidade. (…) Não consigo ver a estratégia em não termos uma companhia de aviação”, afirmou Ferreira Leite.
A comentadora referiu ainda que “não se percebe como é que é o próprio Governo a minimizar o valor da TAP”.
“Já viu algum leilão a começar por: ‘olhe isto está aqui uma grande porcaria, não presta para nada, diga lá quanto é que dão por isto?’”, indagou, em conversa com o jornalista Paulo Magalhães.
Ferreira Leite acredita que é isso que tem acontecido e que o próprio primeiro-ministro a dar a entender que “qualquer coisa que lhe deem serve para a TAP”.
A ex-líder do PSD critica também a “posição demasiado extremista” que o Executivo toma “perante um problema que não é consensual”.
“Não sendo consensual na sociedade portuguesa, o achar que vamos vender ‘isto’ de qualquer forma não me parece que seja uma boa atitude”, terminou.