No final de uma visita às novas instalações do Centro de Excelência para Inovação da Industria Automóvel (CEIIA), em Matosinhos, António Costa foi questionado pelos jornalistas sobre as declarações do primeiro-ministro em entrevista ao Sol, na qual defendeu que a opção nas legislativas é entre dar maioria à coligação PSD/CDS-PP ou ao PS, considerando que um Governo a três não teria "condições para funcionar".
"Fico muito contente porque finalmente há uma intervenção do primeiro-ministro com a qual concordo. Claro que não há nenhuma possibilidade de entendimento entre o PS e esta coligação de direita e hoje a situação política em Portugal está bastante clarificada", disse.
Na opinião de António Costa, "os portugueses vão ter a possibilidade de escolher dois caminhos absolutamente distintos nas suas prioridades e sua forma de governação", considerando que "o país pode estar contente de poder escolher alternativas muito claras como aquelas que a coligação de direita apresenta e aquelas que o PS apresenta".
Sobre a necessidade de uma maioria nas próximas legislativas, o líder do PS foi perentório: "Bom, o Dr. Pedro Passos Coelho está de repente com visões bastante corretas. Eu acho útil que o país tenha maioria. É para isso que o PS está a trabalhar".
"Estamos certos que depois desta experiência tão traumática, tão negativa que foram estes quatro anos de coligação de direita em Portugal, certamente os portugueses vão perceber que não podemos estar com um período de instabilidade, com um Presidente da República em final de mandato a impedir o PS vencedor das eleições de governar e portanto irão criar condições para podermos governar", defendeu.
Segundo Costa, "aquilo que é a enorme responsabilidade do PS é daqui até às eleições confirmar aos portugueses que têm boas razões para poderem confiar no PS como numa alternativa de rigor, segura".
Questionado sobre um cenário em que não consiga conquistar maioria absoluta, o secretário-geral do PS afirmou que "não vale a pena antecipar problemas que podem ser evitados".
António Costa esclareceu ainda que vários dos compromissos que têm sido explicitados entretanto resultam e estão previstos no quadro macroeconómico, respondendo assim às críticas que têm sido feitas relativamente às promessas socialistas.