"Temos de mobilizar os trabalhadores, em cada empresa ou setor, porque o nosso instrumento de defesa é a luta", disse Arménio Carlos no encerramento de um encontro/debate em defesa das funções sociais do Estado, promovido pela Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública, em Lisboa.
Segundo o sindicalista, não compete ao movimento sindical dar indicações de voto, mas lembrar o que foi feito em prejuízo dos trabalhadores e por quem foi feito.
"Depois, os trabalhadores devem escolher quem lhes dê mais garantias de defesa dos seus interesses", disse.
Para Arménio Carlos, "o país está pior para a generalidade dos portugueses" e os programas eleitorais não dão garantias de que as políticas vão mudar.
Referiu, como exemplo, que nenhum dos programas eleitorais conhecidos refere a revogação das alterações que foram feitas à legislação laboral, que retiram direitos e proteção aos trabalhadores.
O líder da CGTP defendeu a necessidade de o Estado continuar a assegurar funções sociais como a saúde, a educação, a segurança social, a justiça e o abastecimento de água, e acusou o Governo de estar a tentar concretizar as privatizações que não conseguiu fazer ao longo da legislatura.
A coordenadora da Frente Comum, Ana Avoila, considerou, por sua vez, que os ataques do Governo aos serviços e aos funcionários públicos são "uma questão ideológica".
"Mas nós podemos mudar as coisas, temos que mobilizar os trabalhadores para votar contra estas políticas", defendeu a sindicalista.
O encontro /debate contou com a participação de várias centenas de dirigentes e ativistas sindicais da Frente Comum, que aprovaram um manifesto contra o "desmantelamento do Estado Central que vise a destruição das funções sociais do Estado".
Aprovaram também uma resolução que prevê a realização de uma jornada nacional de luta na segunda quinzena de junho.