“Acho um absurdo”. É desta forma que Ricardo Sá Fernandes classifica a proposta do PS de “garantir a proteção de titulares de cargos políticos ou públicos contra a utilização abusiva de meios judiciais”.
O dirigente político considera que esta intenção “pode ser lida, objetivamente”, como uma reação à detenção de José Sócrates e defende que “os titulares dos cargos políticos têm de se sujeitar às regras a que estão sujeitos todos os cidadãos”.
Por outro lado, o advogado admite que vê “com bastante simpatia” a intenção da coligação em criminalizar o enriquecimento ilícito, admitindo sentir-se “bastante próximo dos propósitos políticos da ministra da Justiça e da deputada Teresa Leal Coelho”.
Relativamente às eleições legislativas, Ricardo Sá Fernandes garante que o seu partido “não tem a ideia de ir para o Governo só por ir”, no entanto, admite que “tem essa disponibilidade”.
“Se estiverem cumpridas algumas questões-chave, a nossa postura é de compromisso, com uma plataforma o mais alargada possível. Bem gostaria eu de um dia me sentar num governo com o PS, Bloco de Esquerda e PCP. Isso é aquilo com que eu sonho”, frisa.
Num plano mais afeto à realidade, o dirigente do Livre/Tempo de Avançar admite ter “consciência” de que o seu partido “não tem condições para designar o primeiro-ministro”, mas, sublinha, espera que o “PS não tenha maioria absoluta, seria muito mau para o país e para o PS”.