O ex-líder do PSD, Marcelo Rebelo de Sousa, considera acertada a possibilidade de o líder do PS, António José Seguro, antecipar o caderno eleitoral do partido (Congresso e directas) antes das autárquicas, o que poderá vir a acontecer na reunião da Comissão Nacional, o órgão máximo entre congressos, marcada para o próximo dia 10 de Fevereiro. “O que António José Seguro está a fazer não é disparate. Uma vez na vida não é disparate. Até agora, tem feito muitos disparates por omissão ou por acção. Antecipar as eleições é o ideal [para Seguro]. Sujeita-se agora à eleição do líder e pode sempre dizer que o mandato é de dois anos, terminando em Maio/Junho de 2015. Como é que vai haver uma eleição a três meses das legislativas?”, afirmou o ex-líder do PSD, no seu habitual comentário dominical na TVI.
Na opinião de Marcelo, António Costa será derrotado por Seguro numa eventual disputa pela liderança rosa a realizar-se antes das eleições autárquicas. "Para Seguro, é ideal a eleição do líder ser antes das autárquicas, porque apanha António Costa no meio de duas corridas: PS e Lisboa”, argumenta.
Falando ainda sobre a crise interna do PS, espoletada por declarações do ex-braço direito de José Sócrates, Pedro Silva Pereira, que defendeu a realização do Congresso antes das autárquicas, abrindo assim a porta a uma candidatura de António Costa à liderança do partido do Largo do Rato, Marcelo considera que “para o PSD é mil vezes preferível manter António José Seguro líder a ter António Costa. É como televisão a preto e branco e televisão a cores, pois “António José Seguro já se viu que não tem uma ideia na cabeça e António Costa tem várias e perigosas ideias na cabeça”.
Em resposta à oposição interna vinda da ala fiel a José Sócrates, António José Seguro decidiu convocar de urgência os órgãos do partido: Comissão Política (dia 29 de Janeiro) e Comissão Nacional (10 de Fevereiro).