"Foi uma visita interessante, pude apresentar ao ministro um dos principais pontos da minha carta de princípios, o aprofundamento das relações entre Portugal e os países de língua portuguesa, incluindo o Brasil", disse à agência Lusa, por telefone.
Sampaio da Nóvoa, que cumpre uma visita de quatro dias ao Brasil, também se encontrou com a ambientalista Marina Silva, candidata à Presidência brasileira nas últimas eleições, com o governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg, e com membros da Fundação João Mangabeira, ligada ao Partido Socialista Brasileiro (PSB).
Segundo o candidato português, os contactos com as autoridades brasileiras "foram esclarecedores" sobre a vontade política em aumentar as relações entre os países.
Sampaio da Nóvoa realçou que a conversa com Aloizio Mercadante não foi uma audiência oficial de um candidato com um ministro de Governo, mas deve ser entendida no contexto de sua visita a Brasília e ao recebimento de um doutoramento Honoris Causa pela Universidade de Brasília (UnB).
"Para além de um significado pessoal, [o doutoramento] tem significado para uma cooperação mais forte entre a Universidade de Brasília e a Universidade de Lisboa e entre outras universidades portuguesas", disse.
Sampaio da Nóvoa também defendeu que o doutoramento reforce o papel que as universidades de língua portuguesa têm no mundo globalizado, por meio de sua internacionalização e da promoção da língua portuguesa.
O candidato defendeu a participação das comunidades da diáspora, não só na política, e nas eleições, mas também na vida económica e cultural, acrescentando que o Portugal do século 21 "não vai ser fechado, mas aberto à comunidade de língua portuguesa e à diáspora".
Sampaio da Nóvoa, que regressa hoje a Portugal, afirmou ainda que sua próxima viagem internacional será para Paris, que também possui uma comunidade portuguesa significativa.
Sobre a migração forçada dos jovens portugueses que buscam no exterior uma oportunidade de emprego, o candidato reafirmou considerá-la "um drama".
Entretanto, disse que "pode ser útil" que alguns jovens possam escolher outros destinos para se inserirem, desde que seja de forma voluntária, e não por falta de opção.
"Algumas vindas de jovens para o Brasil inserem-se num quadro de cooperação que é benéfico para os dois países, num processo de circulação", concliu.