Em declarações à agência Lusa no final da apresentação do livro "Rui Rio - Raízes de Aço", o ex-presidente da Câmara do Porto considerou que "aquilo que se pode apontar de evolução negativa na política portuguesa, e não só portuguesa, é a falta de convicções".
"Não havendo grandes convicções, facilmente também se esquece a ética e depois o comportamento vai variando consoante as circunstâncias e não consoante as raízes e aquilo em que acreditamos", acrescentou.
Neste âmbito, reconheceu ser verdadeira a afirmação de que "a política precisa de um banho de ética".
"Aliás, até posso ir mais longe: acho que é a sociedade como um todo que hoje precisa de um banho de ética", frisou.
Durante a apresentação do livro "Rui Rio - Raízes de Aço", da autoria de Carlos Mota Cardoso, o filólogo Fernando Paulo Baptista afirmou que "viver é optar e decidir".
No entanto, quando questionado pela Lusa, Rui Rio voltou a não querer falar sobre a sua eventual candidatura à Presidência da República.
Fernando Paulo Batista defendeu que as opções políticas, quando transformadas em decisões, devem ser "sempre rigorosamente fundamentadas na competência gnosiológico-sapiencial especializada a todos os níveis e iluminadas pela elevação e dignidade éticas".
Carlos Mota Cardoso referiu que a política "precisa urgentemente de um banho e ética", garantindo que Rui Rio "tem um chuveiro de lavagem".
"Vivemos num tempo difícil e remar contra a maré é complicado. É o tempo do império de parecer e não de ser", lamentou, acrescentando que, neste contexto, atualmente "a ética tem muito pouca importância".