António Costa não está contente com o colapso das negociações entre gregos e credores, que acabou por levar ao incumprimento perante o FMI. O secretário-geral do PS acredita que o acordo era a melhor solução para todas as partes, e que devia haver mais abertura, principalmente por parte de Portugal.
“A forma hostil como o governo português se posicionou no quadro destas negociações foi um erro”, critica António Costa, afirmando que a situação grega “exigia, por parte de Bruxelas e de todos os governos, uma atitude construtiva para encontrar uma solução de conjunto”.
Na redação aberta do Jornal de Negócios, o líder socialista deu conta esta terça-feira da sua visão e explicou a vontade de chegar a um entendimento: “Mais vale mantermo-nos em terra firme do que ir em aventuras. E a melhor forma de nos mantermos em terra firme é perceber que é essencial haver um acordo com a Grécia”.
O governo grego não escapou, ainda assim, às críticas de António Costa: “A forma como o Syriza utilizou a União Europeia como instrumento de campanha eleitoral e como unilateralmente resolveu proclamar a sua imposição de uma política a todos os outros, foi de uma enorme imprudência”.
António Costa garante que o processo da Grécia mostra que “a austeridade é mesmo uma receita que não funciona” e que a ideia de não existir risco de contágio é “absolutamente irresponsável”. “O que acontecer na Grécia(…) tem gravíssimas consequências para a Europa e tem necessariamente consequências para Portugal”, conclui o líder do Partido Socialista.
Saliente-se que estas declarações do líder socialistas foram proferidas antes de ser anunciado, já esta quarta-feira, que Atenas está disponível para aceitar a propostas dos credores.