"Se Portas se preocupasse com os problemas, não andava a brincar"

António Costa responde a "provocações" de Paulo Portas.

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Andrea Pinto com Lusa
06/07/2015 19:23 ‧ 06/07/2015 por Andrea Pinto com Lusa

Política

Costa

Paulo Portas afirmou esta segunda-feira que o Governo moveu-se pelo "interesse nacional" ao distanciar-se da Grécia, ao contrário de António Costa que teria deitado "fora os esforços dos portugueses" por "solidariedade ideológica".

Confrontado com tais “provocações”, o líder socialista afirma que “se o vice-primeiro ministro se deixasse de brincadeiras percebia que há assuntos sérios para resolver” no país.

“Se o senhor vice-primeiro ministro se preocupasse com as realidades sérias do país, como nós estamos a fazer, talvez percebesse que o momento não é para brincadeiras. É um momento muito sério para responder a problemas sérios do dia-a-dia”, disse, reforçando que “Paulo Portas muitas vezes gosta de brincar”.

O secretário-geral do PS aconselhou, ainda, o Governo a não “se refugiar na crise grega” para disfarçar a crise que se vive no país e que são o resultado “do fracasso” das medidas que implementou nos últimos quatro anos.

A crise portuguesa está para além da crise grega. Não vale a pena o Governo querer refugiar-se na Grécia para explicar o insucesso da sua política. Esta crise em Portugal que nos foi relatada pela Cáritas, com exemplos concretos da vida das pessoas, revela a dimensão do fracasso das políticas de austeridade conduzidas pelo Governo ao longo dos últimos quatro anos", disse.

A visita do secretário-geral do PS à Cáritas Diocesana destinou-se a preparar o debate do Estado da Nação, na quarta-feira, na Assembleia da República.

Por outro lado, a quatro dias de os socialistas iniciarem o processo de escolha do seus deputados para a próxima legislatura, nesta visita, António Costa esteve acompanhado pelo líder parlamentar do PS, Ferro Rodrigues, e por uma vasta comitiva de elementos da bancada ou dirigentes do partido: Maria da Luz Rosinha, Marcos Perestrello, Miranda Calha, Jorge Lacão, Ana Catarina Mendes, Celeste Correia, Maria Antónia Almeida Santos, Sónia Fertuzinhos, Ramos Preto, Vitalino Canas e Pedro Farmhouse.

No final da visita, António Costa salientou que, para além do conhecimento dos números sobre a situação social do país, a Cáritas trabalha com a realidade do quotidiano das pessoas.

Neste contexto, o secretário-geral do PS advertiu para a existência de "uma nova geração de pobres", sobretudo pessoas que foram da classe média e estiveram ligadas a setores que entraram em colapso (como o da construção), e voltou a assumir como prioridade o combate à pobreza infantil.

"Na habitação, a Cáritas tem sido chamada a intervir de forma crescente, quer na mediação de situações de incumprimento junto da banca, quer na dificuldade de muitas famílias para suportarem os aumentos do IMI (Imposto Municipal sobre Imóveis), mantendo as suas casas. A prioridade das prioridades, como tem defendido o PS, tem de passar pelo aumento do rendimento disponível das famílias, de forma a permitir-lhes corresponder às necessidades mais prementes, caso do pagamento da casa ou de despesas de saúde e de educação", acrescentou o secretário-geral do PS.

[Notícia atualizada às 20h04]

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