Nuno Melo começa o seu texto por lembrar que em 2012 “os credores perdoaram à Grécia cerca de metade da sua dívida, num montante de 105 mil milhões de euros, superior à totalidade da ajuda externa concedida a Portugal”.
Depois aponta alguns “casos insólitos” vindos da Grécia que “espantaram o mundo” como o caso de “salários pagos a 45 jardineiros pela manutenção de quatro árvores à porta de um hospital ou a 50 motoristas para condução de um carro oficial”.
Mais. Nuno Melo destaca ainda o caso de “subsídios pagos a trabalhadores ferroviários para lavarem as mãos, prémios a sete mil trabalhadores por carregarem envelopes e subsídios a filhas de militares, pelo simples facto de o serem, até casarem ou atingirem os 28 anos de idade”.
Posto isto, o eurodeputado debruça-se sobre a atual situação helénica e acusa o Syriza de “em seis meses recusar compromissos e arruinar a Grécia”.
Sobre o referendo, Nuno Melo garante que foi uma forma de “Alexis Tsipras transferir para todo um povo as responsabilidades da agora absoluta incapacidade de governação”.
Chega então a vez de falar sobre Portugal, recordando que ao nosso país “nunca foi perdoado um cêntimo”, tendo ainda assim “feito cessar a intervenção da troika” e, como consequência, “já se financia nos mercados com as melhores taxas de juro da zona euro”.
Nesta senda, o centrista lembra que Portugal “foi solidário com a Grécia numa ajuda (…) equivalente a 4,6 mil milhões de euros”.
“Mas para a Esquerda isso não importa nada. Perdoe-se. Perdoe-se tudo. Portugal terá de prescindir de dinheiro que não abunda e por cá também faz falta? Não importa. A festa estava porreira pá”, atira.
Assim, Nuno Melo conclui reconhecendo que “os gregos disseram que querem mais perdões e mais dinheiro sem sacrifícios”, mas lembrando também que “falta os outros cidadãos europeus, principalmente os dos países resgatados que não beneficiaram de nada do que os aos gregos concederam, poderem dizer se aceitam prescindir do que emprestaram e entregar mais dinheiro de poupanças, contribuições e impostos a um país governado por um Syriza que se comporta assim”.