Durante o Conselho de Concertação social, em Lisboa, o primeiro-ministro português considerou que "deve haver alguma confusão do presidente da Comissão Europeia" ao ter afirmado que Portugal se opôs a que um alívio da dívida pública grega fosse discutido antes das eleições legislativas.
Pedro Passos Coelho lembrou a existência de “regras dentro da zona euro, que não permitem que haja o perdão nominal da dívida”. “Se um país não estiver dentro das regras do euro, evidentemente que pode beneficiar de um perdão da dívida, não é o caso da Grécia”, explicou.
O primeiro-ministro afirmou que “todos dentro da zona euro, comprometemo-nos conjunto de princípios, com os quais Tsipras concordou e comprometeu-se a respeitar”.
“O que podemos fazer não é perdoar divida à Grécia, mas estender o prazo de reembolso dos empréstimos e alargar o período de carência de juros”.
Assim, concluiu acerca desta matéria, "digamos que há uma meia verdade e um meio mal-entendido", acrescentou.
Sobre a dívida pública, Pedro Passos Coelho diz saber “que os países que precisaram de assistência externa têm um excedente na dívida pública”, lembrando que é “uma herança que temos do passado”, e que “a melhor forma de responder é não cometer os mesmos erros do passado, mantendo uma disciplina orçamental financeira e económica que mantenha o país capaz de não aumentar essa dívida”.
"Nós conseguimos, quer no primeiro semestre, nos primeiros seis meses do ano, quer agora com esta nova emissão, colocar Portugal como um emissor de confiança credível para os agentes financeiros, para o mercado de dívida, o que é extremamente importante", continuou, Passos Coelho, destacando depois a importância de um défice abaixo de 3%, uma das metas para este ano.
"Permitirá diminuir o nosso 'stock' de dívida, mas também ver diminuir o rácio de dívida pública, não apenas porque estamos a diminuir a dívida, mas também porque estamos a aumentar a nossa riqueza nacional, estamos a aumentar o produto [PIB], o país está a crescer e a gerar emprego", concluiu.
Quanto aos números do desemprego, o primeiro-ministro lembrou as palavras de Paulo Portas na entrevista de ontem, na SIC, em que afirmou que “a melhor forma de olhar a questão é ver a tendência que vem registando desde o início da crise”.
“Os primeiros dois anos foram de muitas dificuldades e isso custou muitos subsídios e muito desemprego. A partir de 2013 foi quando se notou uma inversão. Quando comparamos com o ano anterior, o nível de emprego subiu e o nível de desemprego desceu”, rematou.