Nas eleições legislativas de 04 de outubro, cinco novos partidos e uma coligação juntam-se à lista das habituais forças. São eles o Livre/Tempo de Avançar, o Nós, Cidadãos!, o Juntos Pelo Povo (JPP), o Partido Democrático Republicano (PDR) e o Partido Unido dos Reformados e Pensionistas (PURP) e a coligação Agir (que inclui também o Partido Trabalhista Português e o Movimento Alternativa Socialista).
A menos de dois meses das eleições, Pedro Nunes Rodrigues, 22 anos, contou à agência Lusa que começou a colaborar com o Livre/Tempo de Avançar no final de 2013 devido à "abertura" do partido e à "não discriminação em função da experiência".
Para o jovem, que realiza a comunicação do partido, as novas forças estão a fazer com que os mais novos se interessem por política, originando "caras novas e não só em termos de idade".
Na sua ótica, os partidos tradicionais não dão "oportunidade às camadas jovens de interagir e de participar nas decisões políticas".
Visão semelhante tem David Crisóstomo, um estudante de 23 anos que se identifica com a "atitude inovadora [do Livre/Tempo de Avançar] no diálogo político e na forma de eleição dos órgãos internos e de eleição dos candidatos às eleições nacionais, autárquicas e europeias, através de primárias abertas".
Como motivos para a pouca participação dos jovens na política, David Crisóstomo destacou o "tratamento etário especial dado em função da idade que frequentemente acontece noutras estruturas partidárias, onde os membros com idade mais avançada têm um tratamento mais vantajoso do que os mais jovens" e também "um certo espírito e cultura com que os jovens foram educados, em que desde a infância [...] a atividade partidária é tratada com desdém pela maioria da população adulta".
No caso das juventudes dos partidos com assento parlamentar, defendeu que "é observável uma degradação na qualidade e capacidade dos seus dirigentes face aos antecessores".
Na sua opinião, a situação é diferente no Livre/Tempo de Avançar, já que o partido "dá capacidade eleitoral ativa aos jovens entre os 16 e os 18 anos, via inscrição como apoiante".
Ricardo Trindade Carvalhosa, 31 anos, é apoiante do Nós, Cidadãos! e está encarregue de criar uma juventude do partido, que visa alertar esta população para os seus "deveres e direitos cívicos", explicou à Lusa.
Esta estrutura será diferente das atuais juventudes partidárias, que Ricardo Trindade Carvalhosa definiu como "agências de recursos humanos" que oferecem "mão-de-obra barata" em vez de discutirem questões ético-políticas.
No Nós, Cidadãos!, explicou, cativam-se os jovens "para uma democracia rejuvenescida [...] pois não se enquadra nem às ditas esquerdas nem às direitas, uma vez que é muito pluralista e aproveita o que de melhor houver para um Estado democrático".
O jovem julga ainda que o partido está "atento aos problemas" desta população.