Para o médico e deputado social-democrata Ricardo Baptista Leite, não há dúvidas de que a Organização Mundial de Saúde (OMS) vê o Serviço Nacional de Saúde como uma referência. Porém, “aquilo que a OMS vê, infelizmente a troika não viu”, critica em entrevista ao Diário de Notícias.
Na perspetiva do deputado, “quem entrou no país [troika] preocupou-se apenas com a parte da sustentabilidade financeiro e a curto prazo”. Já “a saúde pública foi totalmente esquecida”.
“É indesculpável que as entidades europeias, que tanto falam de investir na qualidade da saúde, não tenham colocado uma única métrica” no memorando de entendimento, que foi consecutivamente revisto, em que se mostrasse “preocupada com os resultados em saúde e prevenção da doença”.
Sobre o período de vigência da troika, que impôs diversas normas clínicas, diz ainda Ricardo Baptista Leite ao Diário de Notícias que as normas “falharam na maioria das vezes pela troika”, que terá exigido “um número mínimo de 60 normas”, sem perceber que “cada norma em média demora 18 meses a ser elaborada, implementada e aplicada”, crítica.