Duarte Marques começa o seu artigo de opinião no Expresso por criticar o debate político em Portugal, referindo que por cá “discutimos mais a política do que as políticas”. O deputado passa ao lado da polémica com os cartazes, sublinhando que “revela alguma desorganização” mas que o essencial é o programa do PS e é esse que se deve “discutir, criticar e contrapor”.
Assim sendo, pega na questão do emprego para ressalvar que “a criação de emprego líquida dependerá sempre das empresas e do sector privado, não é o Estado que cria emprego”.
“O Estado pode, sim, criar condições para termos mais crescimento económico, incentivar as empresas a contratar, e pode retirar estrangulamentos da economia”, explica Duarte Marques, falando depois do caso do desemprego jovem e da geração ‘nem nem’, “um problema nacional, mas também europeu”.
O deputado do PSD destaca também a Garantia Jovem, programa aprovado pela Europa, e o Impulso Jovem, colocado em ação em Portugal e depois substituído pelo Garantia Jovem. “Estes programas permitiram que mais de 300 mil jovens não ficassem arredados do mercado de trabalho e pudessem ter um apoio do Estado e da UE numa política pública de apoio à formação, à contratação e à criação do seu próprio emprego”, indica.
“Resultado: o desemprego jovem já está abaixo dos 30% (dados Eurostat) quando chegou a estar acima dos 42% no auge da crise. Até Mário Centeno, autor do programa do PS, já o reconhece”, acrescenta.
O social-democrata atira, depois, que a esquerda critica as ideias do Executivo “porque resultaram pela mão do Governo”.
“A esquerda passou anos a dizer que não havia política de emprego para os jovens, a mesma esquerda que agora lamenta que o Estado financie a reconversão e formação de jovens licenciados desempregados. Confuso? Não. Incoerente. Os que criticavam a falta de políticas públicas de combate ao desemprego são os mesmos que hoje desvalorizam o sucesso dessas mesmas políticas”, critica Duarte Marques.