Em entrevista à agência Lusa, Mendo Henriques afirmou que o objetivo é ser a voz dos cidadãos na Assembleia da República, estando "completamente convicto" de que o partido vai ser a "grande surpresa positiva destas eleições".
Quando chegar ao parlamento, o dirigente daquele que é um dos mais recentes partidos políticos (legalizado em junho deste ano) quer "exigir uma reforma da Segurança Social, de modo a que as contribuições incidam sobre o volume de negócios das empresas", e não de acordo com o número de trabalhadores.
Mendo Henriques quer também uma mudança de paradigma quanto à questão da dívida.
"Mesmo antes de enfrentar a dívida pública, que depende muito de conjunturas internacionais e da união de países, não só do Governo português, o que nós podemos enfrentar é a dívida das famílias e a dívida das empresas", afirmou o candidato a deputado, acrescentando que "o Estado deve criar condições para agregar as pessoas para que elas enfrentem juntas essas dívidas".
O Nós, Cidadãos! propõe também uma reforma do Estado em "termos diferentes daquilo que a 'troika' propôs mas que todo o país sente que é necessário", combatendo a burocracia e eliminando "taxas e licenças que impedem o desenvolvimento económico".
"Nós achamos que há uma sobrecarga fiscal e que as empresas ao serem libertadas poderão criar mais emprego, oferecer mais riqueza", frisou o presidente do partido.
Mendo Henriques defendeu ainda que as "grandes expectativas" do Nós, Cidadãos! recaem nos círculos de Lisboa, Porto, Setúbal, Açores e Fora da Europa.
Para a campanha eleitoral, o partido vai apostar no contacto direto com as pessoas e na distribuição de panfletos, "cerca de meio milhão", sendo a principal batalha captar o voto dos indecisos e dos abstencionistas.
Mendo Henriques disse também que os membros do Nós, Cidadãos! se sentem "ofendidos e escandalizados com o facto de os partidos emergentes terem sido afastados dos grandes debates televisivos".
Entre muitas críticas ao atual Governo, que nas suas palavras "fez 95% mal e 5% bem", Mendo Henriques elogiou o ministro da Saúde, Paulo Macedo, pelo combate à fraude fiscal na sua tutela.
Ainda assim, o dirigente defendeu mais organização na área da saúde, poupança, e o aumento da venda de genéricos, para o qual "o Governo não fez esforços".
"Se estamos numa situação de desemprego permanente e crescente, se estamos numa situação de falta de investimento em novos serviços e novas indústrias e empresas, é porque a política de austeridade de Passos Coelho e Paulo Portas está errada", vincou.
Já na educação, para Mendo Henriques o ministro "foi de uma incompetência total" pois "basicamente o que fez foi cortar professores" e usar "soluções perversas como é a municipalização" nas escolas.
O partido Nós, Cidadãos! concorre a todos os círculos eleitorais.