"Troika só sairá de Portugal quando Passos Coelho sair do Governo"

Costa falou de Passos Coelho, mas também da Europa, Justiça e das obras públicas.

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Pedro Filipe Pina
10/09/2015 22:02 ‧ 10/09/2015 por Pedro Filipe Pina

Política

António Costa

Após o debate de quarta-feira à noite frente a Passos Coelho, António Costa foi entrevistado esta noite na RTP.

Na antena do canal público, Costa falou da corrupção como "uma chaga que põe em causa a democracia e os seus fundamentos" e acabou por, de forma indireta, responder a uma questão que envolvia José Sócrates, sobre o tempo que se pode estar em prisão preventiva sem uma acusação ser formalizada.

A "prisão preventiva deve ter um caráter excecional no quadro das medidas" aplicáveis, afirmou Costa, acrescentando que "o prazo deve ser o menor" possível entre a abertura e a conclusão do inquérito. Já sobre o quadro legislativo português no combate à corrupção, afirma o líder do PS que este "é claro" mas o importante será garantir que as autoridades têm os meios adequados para o aplicar.

Sobre o debate de ontem, nomeadamente sobre a estratégia de Passos Coelho, que referiu por diversas vezes o nome do ex-primeiro-ministro, atualmente em prisão domiciliária, António Costa considera que "Passos Coelho é um prisioneiro do passado. Não tem nada a dizer sobre o futuro, está esgotado, o seu programa é o programa da troika e gostou tanto do programa que quis ir além da troika", criticou.

"A troika só sairá de Portugal quando Passos Coelho sair do Governo", acrescentou, voltando a afirmar que a coligação prevê novo corte de 600 milhões de euros nas pensões, mas também na privatização de serviços públicos, "nomeadamente da Segurança Social".

Na entrevista à RTP, Costa voltou a acusar o Governo de seguir uma política de baixos salários, considerando que "no século XXI o que conta é o conhecimento e a inovação e não os baixos salários e a precariedade" e que, como tal, "é urgente relançar a economia, sendo que não se relança a economia com mais austeridade" mas sim "devolvendo rendimento às famílias" e "criando condições" para o funcionamento das empresas, ideias que já ontem tinha adiantado no debate.

O líder do PS realçou ainda que grandes obras públicas estão fora do programa dos socialistas e que é preciso acabar com "a guerra" nas obras públicas. Estas têm de ser alinhadas com o ciclo dos fundos comunitários, porque só estes "poderão financiar as obras públicas. Não há que ter ilusões". Mas além de ter comentado uma das críticas apontadas a anteriores governações socialistas, Costa falou também da atual Grécia, em particular da derrota do Syriza no 'braço'-de-ferro' com a Europa.

Portugal deve "bater-se" por uma "leitura flexível" do tratado orçamental, mais orientada para o investimento, considerou, acrescentando depois que a postura que "sempre" apresentou "só foi confirmada pelo que aconteceu na Grécia".

A Grécia errou quanto ao método, afirmou o candidato socialista, concretizando que o governo helénico "achou que o problema se resolvia com uma proclamação unilateral", isto quando a solução passa por negociação e construção de alianças.

A Grécia, disse ainda, colocou "como questão central e primeira o debate sobre a dívida". Mas na sua perspetiva a alternativa passa por ter "um novo equilibrio entre recursos afetos à dívida e os recursos que não podemos deixar de ter afetos ao cumprimento para com as obrigações" com os contribuintes.

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