“Quem decidiu divulgar esta carta nesta altura, pensando que me ia causar um grande embaraço, causou foi um grande embaraço ao líder do Partido Socialista”, António Costa, disse hoje Pedro Passos Coelho.
O primeiro-ministro reagia assim à publicação, no jornal Público, de uma carta escrita em 2011, enquanto líder da oposição, ao então primeiro-ministro José Sócrates, onde dizia que tanto ele como o seu partido estariam prontos para apoiar o pedido de ajuda externa.
Quem quis “transformar aquilo que foi uma responsabilidade e um ato de sentido de Estado numa arma de arremesso em campanha eleitoral só pode ver o tiro a sair pela culatra”, condenou o líder da coligação Portugal à Frente.
“Aquilo que eu nessa carta disponibilizei foi prestar apoio a que o Governo fizesse aquilo que achava que devia fazer”.
“Disse que só o Governo sabia que diligências estava a fazer para evitar que o país caísse no precipício, mas que se precisasse do apoio da oposição para evitar esse precipício nós não faltaríamos ao país, e não faltamos”, explicou, em declarações aos jornalistas à chegada a uma conferência sobre economia social para apoiantes da coligação, que decorre em Cascais.
Reiterando que a responsabilização pela chegada da troika ao país deve ser atribuída aos socialistas, Passos lembrou que o “programa de ajuda nem teria chegado a Portugal se a oposição na altura não se comprometesse a executar esse programa”.
“Por muitas graçolas que se digam, e eu não gosto de fazer graças com coisas sérias, este Governo dispensou a troika, não foi quem a chamou”.
“Não voltamos a perder tempo em campanha eleitoral para discutir quem chamou a troika em Portugal”, prometeu ainda.