Líder da JS concorda com críticas aos luxos dos socialistas

O líder da Juventude Socialista (JS) portuguesa, João Torres, considera que o discurso que Beatriz Talegón, secretária-geral da União Internacional de Jovens Socialistas, proferiu na reunião da Internacional Socialista em Cascais, é um “grito de guerra” para que os partidos percebam que têm de dar sinais de “modéstia” perante os “sacrifícios sérios” que estão a ser exigidos.

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Notícias Ao Minuto
13/02/2013 09:25 ‧ 13/02/2013 por Notícias Ao Minuto

Política

Polémica

Esta semana arrancou com a divulgação de várias cópias do vídeo em que a secretária-geral da União Internacional de Jovens Socialistas, Beatriz Talegón, critica na reunião da Internacional Socialista, que se realizou no passado fim-de-semana em Cascais, o facto de os dirigentes do socialismo internacional se reunirem em hotéis de cinco estrelas ou o uso dos carros de luxo, que classifica como “uma falta de coerência”.

O jornal Público conversou com o líder da JS portuguesa, João Torres, sobre este discurso, que considera que reflecte "um grito de guerra" e um apelo aos que se revêem nos ideais socialistas.

"É preciso requalificar a democracia" mas para isso os partidos também têm de dar "um sinal", principalmente num tempo em que estão a ser aplicados "sacrifícios sérios".

Particularmente em relação à realização de iniciativas em hotéis de cinco estrelas e à utilização de carros de luxo, o líder da JS afirma que "à mulher de César não basta ser séria, é preciso parecê-lo". Nesse sentido, "os partidos têm que dar esse sinal de modéstia, sem entrarem em fundamentalismos", remata João Torres.

Na intervenção em Cascais, Beatriz Talegón referiu-se ainda ao que considera ser a crescente distância entre os dirigentes e as forças socialistas e a geração mais jovem, criticando a contradição entre o luxo da própria reunião da Internacional Socialista e o elevado desemprego ou a contestação nas ruas de Espanha.

Apesar do sucesso que tem feito o vídeo desta intervenção, o jornal Público conta que Julián Jiménez, um antigo dirigente local da JS espanhola, enviou ontem (terça-feira) uma carta aberta a Beatriz Talegón, na qual acusa a jovem de estar apenas a autopromover-se.

"Queria acreditar em ti, cara ex-companheira, mas não posso fazê-lo. Creio recordar que trabalhavas então em Bruxelas, para o partido a nível europeu. Por que não foste rebelde naquele momento? Quem conhece o funcionamento podre do PSOE sabe que um rebelde nunca chega a um cargo de tanta responsabilidade como o de dirigente da União Internacional de Jovens Socialistas", contesta Jiménez.

Veja aqui a intervenção de Beatriz Talegón.

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