Passos Coelho é "um verdadeiro lapsista, cheira a aldrabice"

O ex-ministro Augusto Santos Silva caraterizou hoje o primeiro-ministro como "lapsista", algo que no Norte "cheira a aldrabice", num discurso em que classificou o Governo como "um bando de incompetentes que tem de ser posto na rua".

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Lusa
21/09/2015 23:50 ‧ 21/09/2015 por Lusa

Política

Santos Silva

Augusto Santos Silva falava no comício do PS de Vila Real, no Largo da Capela Nova, numa intervenção em que pegou nas palavras hoje proferidas por Pedro Passos Coelho sobre um suposto pagamento antecipado da dívida portuguesa pelo empréstimo contraído em 2011 junto do Fundo Monetário Internacional (FMI) no âmbito do programa de assistência financeira.

O ex-ministro socialista apontou que, logo após estas palavras de Pedro Passos Coelho, o gabinete do primeiro-ministro corrigiu essas declarações e assumiu tratar-se de um "lapso". Um episódio que o levou a tirar a seguinte conclusão: "O problema é que o dr. Passos Coelho é um verdadeiro lapsista, um especialista em lapsos".

"Em 2011, durante a campanha, Passos Coelho prometeu que não mexia nos salários, mas foi um lapso; prometeu-nos que bastava cortar as gordurinhas do Estado e resolvia-se o problema orçamental, mas foi um lapso; prometeu-nos que não cortava nas pensões nem nas prestações sociais, mas foi um lapso", comentou, recebendo muitas palmas.

De acordo com o ex-ministro socialista, "lapso, após lapso, após lapso, Passos Coelho foi fazendo sempre o contrário no Governo".

"Tantos lapsos que, para nós que somos do Norte, cheira a aldrabice. O lapsista Passos Coelho não tem emenda", rematou.

No seu discurso, Augusto Santos Silva também procurou defender a tese de que o Governo falhou no objetivo de reduzir a dívida pública portuguesa, citando inclusivamente "dados do Banco de Portugal de hoje, em que se aponta para um novo aumento".

"Depois de cortes nos apoios sociais, nos salários e nas pensões, então a dívida ainda aumenta? Este bando de incompetentes tem de ser posto na rua", declarou.

"Portuguesas e portugueses: só há uma maneira de passar a guia de marcha ao atual Governo, só há uma maneira de fazer com que Passos Coelho não cometa mais lapsos - e essa maneira é pôs António Costa a chefiar o próximo governo de Portugal", sustentou, antes de deixar um apelo ao voto útil, sobretudo aos "democratas-cristãos que não têm hoje em Portugal outra representação política que não o PS".

O final da intervenção de Augusto Santos Silva foi marcado por uma falha técnica no som, com o professor universitário do Porto a aproveitar para pôr toda a gente a rir: "Nem o micro aguenta a minha pedalada".

No primeiro discurso da noite, o presidente da Câmara de Vila Real, Rui Santos, provocou os primeiros assobios do comício quando falou no primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, e "no seu cúmplice", o vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, mas também as primeiras gargalhadas com uma gafe: "No dia 14 vamos ganhar as eleições".

"Pergunto o que temos a agradecer a esse deputado [Pedro Passos Coelho] eleito pela região há quatro anos com tantas promessas? Zero. Basta de Pedro e de Paulo", declarou, num discurso em que criticou a "austeridade asfixiante" do Governo, "os grupos de interesses instalados" e os comentadores políticos ex-presidentes do PSD Marcelo Rebelo de Sousa e Marques Mendes.

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