No cerne da questão está a decisão de mudar a Biblioteca de Bustos para o novo Polo Escolar, em vez de a alojar na antiga Escola Primária do Centro de Bustos, o que deu origem a um abaixo-assinado e levou vários residentes em Bustos a manifestarem o seu descontentamento na Assembleia Municipal.
O vereador do CDS considera que o presidente da Câmara "faltou ao respeito" aos eleitores de Bustos, ao não dar explicações sobre o fundamento da decisão, e de "mentir" quando justificou com o regimento a sua postura, perante o executivo.
Paulo Caiado optou por propor na quinta-feira uma "moção de confiança" ao presidente da Câmara, que não chegou a ser votada porque é prática habitual na Câmara de Oliveira do Bairro deliberar sobre as propostas apresentadas só na reunião seguinte.
O vereador do CDS pretende que a sua moção seja levada a reunião pública para que os munícipes possam presenciar a discussão e votação, "e não tenham conhecimento apenas através da ata do sentido de voto de cada vereador".
No entanto, contactado pela Lusa, o gabinete de Mário João Oliveira apenas confirma que a proposta deu entrada, mas adianta que não deverá ser agendada, porque a figura de moção de confiança ao presidente "não tem qualquer enquadramento jurídico".
"Estou disponível para retirar a moção de confiança de votação, caso o presidente se retrate e se demita, que é o que deve fazer, em respeito ao poder local democrático e pela dignidade da República Portuguesa", diz, por seu turno, Paulo Caiado.
O ambiente entre o primeiro vereador eleito pelo CDS e a maioria do executivo PSD já foi tenso na quinta-feira, com Mário João Oliveira a fechar o microfone a Caiado, quando este pretendia intervir, invocando "defesa da honra", segundo fontes partidárias.
A "moção de confiança" caiu mal à maioria e coube ao vereador António Mota reagir, classificando Paulo Caiado como "um péssimo exemplo de autarca" devido às suas sucessivas ausências, prestando-se "ao ridículo" com a iniciativa.
Caiado ripostou que Oliveira do Bairro tem um presidente da Câmara "a meio tempo, que se divide entre a autarquia e os interesses da sua empresa", o que levou o próprio Mário João Oliveira a lembrar a legitimidade da vitória em três atos eleitorais e a garantir a transparência da sua atuação.