Os resultados das eleições legislativas de 2015 ficaram muito longe daquilo que se pensaria há poucos meses, altura em que uma vitória da coligação era quase impensável.
Olhando para o momento político, social e económico que o país atravessa, e depois de uma alternativa como António Costa ter chegado ao Partido Socialista, após derrotar António José Seguro nas eleições primárias, as sondagens do final de 2014 anunciavam uma vitória perto da maioria absoluta para o PS.
Mas a questão José Sócrates e os deslizes que ocorreram durante o período pré-eleitoral acabaram por prejudicar o PS e beneficiar a coligação Portugal à Frente. O PSD e CDS não conseguiram manter os resultados das eleições de 2011, mas congratularam-se com a confiança dada pelos portugueses ao Executivo dos últimos quatro anos, sendo que se tornaram os vencedores destas eleições.
O partido Pessoas, Animais e Pessoas foi um verdadeiro vencedor eleitoral, ao conseguir o que o PDR e Livre/Tempo de Avançar não conseguiram, um deputado no Parlamento. “Há quase 20 anos que um novo partido não entrava na Assembleia da República”, relembrou André Lourenço e Silva, deputado eleito.
Os partidos liderados por Marinho e Pinto e Rui Tavares assumiram a derrota e o não cumprimento dos objetivos estabelecidos, mesmo quando algumas sondagens, ao início da noite, davam conta da eleição de pelo menos um deputado para o PDR e Livre.
Jerónimo de Sousa foi outro dos derrotados da noite, apesar da CDU não o assumir como tal, depois de ter ficado atrás do Bloco de Esquerda deixou de ser a terceira força política do país.
Contrariamente, o Bloco de Esquerda foi o grande vencedor destas eleições. Mais do que duplicou o número de deputados, ficando em terceiro lugar - depois da coligação e PS - e atingiu os objetivos a que se propôs. Catarina Martins, como já havia sido comentado ao longo da campanha, foi bastante elogiada na noite eleitoral.