Cabe a Paulo Portas escrever os melhores argumentos que Portugal apresentará à troika, o final do mês de Fevereiro, para justificar a necessidade de diluir no tempo, por mais um ano, o corte de quatro mil milhões de euros na despesa pública.
Conforme o acordado na quinta revisão do memorando, feita em Outubro passado, o corte de 4 mil milhões na despesa pública seria concretizado no espaço de dois anos, até 2014. No entanto, segundo o Diário de Notícias, a diminuição das exportações no final do ano passado fez soar o alarme no Governo, sendo agora necessário alargar em mais um ano o prazo.
De acordo com a publicação de hoje do DN, os argumentos de Portas vão ao encontro com aquilo que o CDS já havia escrito à troika em Janeiro deste ano: "as próximas avaliações" deverão "ter em conta os indicadores sobre a situação económica e de emprego na Zona Euro e em Portugal, a evolução do pensamento das organizações internacionais sobre os programas de ajustamento, e a necessidade imperativa de as reduções de despesa permanente acautelarem simultaneamente o desafio demográfico, a importância do consenso político e a preservação do acordo social".
Perante esta situação, o primeiro-ministro Pedro Passos Coelho admitiu que Portugal necessita de "cumplicidade e apoio" por parte dos credores, pois o País terá dificuldades em solucionar os problemas por si só.